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Coreia do Norte se antecipa, surpreende vizinhos e lança foguete espacial com satélite espião

O Japão ativou um alerta de mísseis e recomendou a retirada da população de Okinawa; Coreia do Sul confirmou a ação de Pyongyang

Internacional|Do R7

Lançamento teria sido feito com auxílio russo
Lançamento teria sido feito com auxílio russo

As Forças Armadas da Coreia do Sul disseram nesta terça-feira (21), em um comunicado, que "a Coreia do Norte lançou um satélite de reconhecimento em direção ao sul". As autoridades do Japão ativaram um alerta de mísseis em Okinawa e recomendaram a retirada da população local.

O lançamento do foguete espacial com um satélite espião a bordo ocorreu cerca de uma hora antes de a Coreia do Norte notificar as autoridades marítimas para que restringissem a navegação em áreas onde os destroços pudessem cair — um período que vai da meia-noite desta terça-feira até o dia 1º de dezembro.

“Foi detectado o que a Coreia do Norte alega ser um satélite de reconhecimento militar e que ele havia sido lançado em direção ao sul da área de Tongchang-ri (no noroeste do país, onde está localizada a base de lançamento de Sohae) por volta das 22h43 de hoje", explicou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul em uma declaração posterior.

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O texto acrescenta que o foguete sobrevoou as águas do mar Amarelo (chamado de mar Ocidental nas duas Coreias), a oeste das ilhas de Baenyeong (cerca de 200 km a noroeste de Seul) e do rochedo de Socotra (cerca de 340 km a nordeste da cidade chinesa de Xangai).


O sistema nacional de alerta de mísseis J-Alert do Japão foi ativado às 10h46 do horário local desta terça-feira, enviando uma mensagem aos residentes da província de Okinawa para alertar sobre um "aparente lançamento de míssil da Coreia do Norte" e aconselhando-os a "se retirar para dentro de casa ou para o subsolo", informou a emissora estatal NHK.

Esse aviso também foi transmitido por alto-falantes públicos na cidade de Naha (na ilha de Okinawa, a principal desse arquipélago no sudoeste do Japão), e o alerta foi suspenso cerca de dez minutos depois, uma vez que as autoridades japonesas consideraram que o foguete norte-coreano havia sobrevoado seu território e, portanto, não representava um risco.

O porta-voz do governo japonês, Hirokazu Matsuno, condenou o lançamento norte-coreano, apesar dos apelos de Tóquio e Seul para que Pyongyang se abstivesse de realizá-lo, descrevendo-o como um "ato extremamente problemático" do ponto de vista da segurança regional.

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O governo japonês convocou uma reunião do Conselho de Segurança Nacional para discutir a situação e informou que, até o momento, não havia sido registrado nenhum dano a navios ou aeronaves na área em que o alerta de lançamento foi emitido.

A Guarda Costeira japonesa informou mais cedo que a Coreia do Norte havia notificado uma janela de lançamento entre 22 de novembro e 1º de dezembro para lançar seu primeiro satélite de reconhecimento militar da base de Sohae, indicando áreas onde fragmentos de foguetes poderiam cair no mar Amarelo e a leste da ilha filipina de Luzon.

A Coreia do Norte tentou anteriormente lançar esse satélite espião, o Malligyong-1, em maio e agosto, mas ambas as tentativas falharam devido a problemas com o foguete espacial Chollima-1. O país anunciou que tentaria novamente em outubro, embora tenha perdido esse prazo, possivelmente porque Moscou está fornecendo assistência.

Acredita-se que a reunião de setembro entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente russo, Vladimir Putin, tenha consolidado um acordo de cooperação e comércio militar e aeroespacial.

Seul e Washington consideram comprovado que a Coreia do Norte entregou recentemente milhões de cartuchos de artilharia à Rússia para uso na Ucrânia e acreditam que Pyongyang pode estar recebendo em troca apoio tecnológico e consultoria para este novo lançamento.

As sanções impostas aos norte-coreanos pelo Conselho de Segurança da ONU — do qual a Rússia é membro permanente — proíbem tais trocas e também o lançamento de foguetes espaciais por Pyongyang, ao considerar que se trata de uso secreto da tecnologia de mísseis balísticos intercontinentais.

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