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Corrida armamentista: como a China recorre à IA para alcançar os EUA em tecnologia militar

Empresas e militares chineses usam inteligência artificial para desenvolver veículos autônomos, drones e campanhas de informação

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A China investe em inteligência artificial para reduzir a diferença tecnológica com os EUA na área militar.
  • Inovações incluem o veículo militar autônomo P60 e sistemas avançados para reconhecimento de alvos.
  • A empresa GoLaxy utiliza IA para monitorar a opinião pública e criar propaganda a favor do governo chinês.
  • Avanços estratégicos em IA podem alterar a dinâmica de poder global, permitindo operações mais rápidas e precisas.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Formação de mísseis antinavio participa de um desfile militar em Pequim, capital da China, em 3 de setembro de 2025
Formação de mísseis antinavio participa de um desfile militar em Pequim, capital da China, em 3 de setembro de 2025 Xinhua/Zheng Huansong

A China está investindo pesado em IA (inteligência artificial) para tentar reduzir a diferença tecnológica em relação aos Estados Unidos na área militar, segundo análises da agência de notícias Reuters e do jornal The New York Times.

Em fevereiro, a estatal chinesa Norinco apresentou o veículo militar P60, capaz de realizar operações de apoio ao combate de forma autônoma a até 50 km/h. O equipamento utiliza tecnologia da empresa DeepSeek, especializada em IA e apontada como referência no setor.


Na época, autoridades do Partido Comunista chinês utilizaram o lançamento do veículo como um exemplo de como o país tem aproveitado a inteligência artificial para avançar na corrida armamentista.

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Uma análise da Reuters de patentes, artigos de pesquisa e registros de compras indica que Pequim busca capacidades como reconhecimento autônomo de alvos e apoio à tomada de decisão em tempo real.


Embora detalhes exatos sobre o funcionamento das armas e seu grau de implementação sejam secretos, registros mostram avanços em inteligência artificial aplicada a drones, veículos terrestres e centros de comando.

O Exército de Libertação Popular (ELP) tem usado chips da Nvidia, incluindo modelos sob controle de exportação dos EUA. Patentes recentes também indicam o uso de processadores chineses, como os da Huawei, em projetos de IA para aplicações militares.


Especialistas afirmam que isso reflete uma tentativa de “soberania algorítmica”, reduzindo a dependência de tecnologia estrangeira.

Planejamento com IA

Institutos de pesquisa chineses têm desenvolvido sistemas capazes de analisar rapidamente imagens de satélite e drones, identificar alvos e coordenar operações com radares e aeronaves.


Um estudo da Universidade Tecnológica de Xi’an indicou que sistemas com tecnologia DeepSeek podem avaliar 10 mil cenários de campo de batalha em menos de um minuto, enquanto uma equipe convencional levaria 48 horas.

O uso de IA também se estende a drones e robôs em operações autônomas. Patentes e licitações analisadas pela Reuters mostram testes com cães-robôs para reconhecimento conjunto de ameaças e enxames de drones que rastreiam alvos de forma independente.

Influência política

Além da aplicação militar, a China tem explorado IA para operações de informação, segundo o New York Times. Empresas como a GoLaxy usam inteligência artificial para monitorar opinião pública, influenciar debates políticos e criar propaganda em larga escala.

Documentos internos revelam que a empresa coletou dados de redes sociais chinesas e ocidentais, incluindo Weibo, WeChat, X e Facebook, para montar perfis de usuários e gerar conteúdo que reforça mensagens do governo chinês. A GoLaxy afirma ter desenvolvido uma tecnologia chamada GoPro, capaz de produzir propaganda personalizada em tempo real.

As operações visaram principalmente Hong Kong, Taiwan e a China continental, mas também incluíam monitoramento de políticos e influenciadores norte-americanos, segundo o jornal.

Autoridades norte-americanas afirmam que as atividades da GoLaxy estariam alinhadas à estratégia de segurança nacional da China. O Departamento de Defesa dos EUA, no entanto, recusou-se a comentar sobre o uso de IA pelo PLA, segundo a Reuters.

Especialistas alertam que os avanços chineses em IA, tanto militar quanto de informação, podem alterar a dinâmica de poder global, ao permitir operações mais rápidas, precisas e em maior escala do que era possível anteriormente.

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