Uma menina de 11 anos foi presa, algemada, medicada com antipsicóticos e internada em uma unidade psiquiátrica na Nova Zelândia depois que a polícia a confundiu com uma mulher desaparecida, segundo um relatório divulgado na quarta-feira (2). O caso gerou forte repercussão e indignou líderes políticos do país.O incidente ocorreu em 9 de março, na cidade de Hamilton. A criança, que tem uma deficiência que limita sua capacidade de comunicação, caminhava por uma ponte quando foi abordada por policiais. Os agentes acreditaram erroneamente que ela era uma mulher de 20 anos que estava desaparecida.Sem verificar sua identidade, a polícia levou a menina ao hospital, onde foi internada em uma unidade de terapia psiquiátrica intensiva. Uma enfermeira chegou a alertar que a paciente “parecia uma criança”, mas mesmo assim a equipe médica seguiu com os procedimentos.A menina se recusou a tomar os medicamentos oferecidos e, como resposta, foi contida e recebeu injeções de antipsicóticos que “raramente são administrados em crianças”, conforme apontou a revisão conduzida pelo Ministério da Saúde do país.Ela permaneceu internada por mais de 12 horas até que a polícia percebeu o erro e notificou a família para buscá-la. O caso provocou uma onda de críticas. O diretor clínico-chefe do sistema de saúde, Richard Sullivan, pediu desculpas à família e classificou o ocorrido como “um trauma inaceitável”. “Este relatório é uma leitura dura, mas necessária para garantir que erros assim não se repitam”, declarou.Diante da gravidade do ocorrido, o Ministério da Saúde da Nova Zelândia está avaliando quais medidas adicionais devem ser tomadas. O diretor de Saúde Mental do país, John Crawshaw, recebeu a revisão do caso e analisa se será necessário abrir um inquérito sob a Seção 95 da Lei de Saúde Mental. Esse tipo de investigação é acionado quando há indícios de falhas sistêmicas ou necessidade de uma apuração independente sobre eventos graves. “Este evento nunca deveria ter acontecido e é importante que entendamos completamente o que ocorreu”, afirmou Crawshaw. O diretor espera concluir a revisão inicial do caso na próxima semana e, a partir disso, definir quais serão os próximos passos, notificando formalmente os ministros responsáveis.Caso seja instaurado, o inquérito será conduzido por inspetores distritais e advogados designados para apurar casos. Eles têm autoridade para convocar testemunhas e reunir evidências, garantindo uma investigação mais aprofundada. O primeiro-ministro da Nova Zelândia, Christopher Luxon, determinou a abertura de uma investigação assim que o caso veio à tona. “É uma situação angustiante e preocupante. Como pai, posso imaginar o sofrimento dessa família”, disse.Para saber tudo do mundo dos famosos, siga o canal de entretenimento do R7, o portal de notícias d a Record, no WhatsApp