Distribuidor conta como vendia cocaína de El Chapo nos EUA
Traficante que arrecadou quase 1 bilhão de dólares vendendo cocaína de Chapo nos EUA teve medo de morrer e se entregou às autoridades
Internacional|Fábio Fleury, do R7
O julgamento do traficante mexicano Joaquín "El Chapo" Guzmán prosseguiu nesta terça-feira (18), com o depoimento do principal distribuidor de cocaína do cartel de Sinaloa nos EUA.
Pedro Flores, que se entregou às autoridades norte-americanas em 2008, explicou que abandonou a organização criminosa após o nascimento da filha. Ele e seu irmão gêmeo, Margarito Flores Jr, distribuíam a droga pelo país a partir de Chicago, onde moravam.
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No depoimento, ele afirmou que vendia cerca de 2 toneladas de cocaína por mês e, com isso, faturava milhões de dólares mensalmente para o cartel. Tanto Pedro quanto Margarito temiam ser mortos por Chapo e passaram a gravar suas conversas com o chefão.
Início na infância
Segundo Pedro Flores, ele e o irmão começaram a atuar no crime ajudando o pai. O Margarito mais velho não sabia falar inglês corretamente e, por isso, levava Pedro e Margarito Jr, então com 7 anos, para ajudar nas traduções.
Com a prisão do irmão mais velho deles, em 1998, eles passaram a ter mais responsabilidades na quadrilha e a ajudar em tarefas mais pesadas, como receber as drogas que vinham por meio de um intermediário, e fazer as vendas.
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No tribunal, Flores contou que eles decidiram negociar diretamente com o cartel, e conseguiu uma reunião com Chapo em Sinaloa, em 2005. Ele descreveu o encontro e disse que o chefão fez graça com a roupa que ele usava, um shorts jeans.
"Como você ganha tanto dinheiro com as drogas e não consegue comprar uma calça inteira?", perguntou Chapo a Pedro Flores. Na visita seguinte, ele levou um shorts para o chefão, como brincadeira.
Parceria milionária
Começou aí uma parceria que inundou os EUA com as drogas do cartel de Sinaloa e encheu os bolsos de Chapo. Pedro Flores contou que entre 2005 e 2008, recebeu 38 toneladas de cocaína e mandou para o México mais de US$ 800 milhões (cerca de R$ 3,1 bilhões).
Apesar do sucesso nos "negócios", os irmãos se sentiam incomodados pela fama da crueldade de Chapo. Eles viram como o cartel descartava sócios, parceiros e traidores, e decidiram sair.
Após se reunirem com agentes do DEA, eles começaram a fazer áudios de telefonemas e reuniões para entregar aos agentes. Em novembro de 2008, eles se entregaram e estão vivendo no programa de proteção a testemunhas desde então.
Veja o vídeo: El Chapo começa a ser julgado nos EUA nesta segunda (5)