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Drones, operações e desinformação: como a IA tem moldado a guerra da Ucrânia

Inteligência artificial transforma estratégias militares e narrativas com drones autônomos, sistemas de comando e deepfakes

Internacional|Do R7

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Ucrânia atinge aviões militares russos em ataque inédito com drones com IA Divulgação/SBU (Serviço de Segurança da Ucrânia)

A guerra entre a Ucrânia e a Rússia se tornou um laboratório de tecnologia de ponta, onde a IA (inteligência artificial) está redefinindo o que significa lutar e vencer em um conflito moderno.

Não é mais apenas sobre tanques ou aviões. Agora, drones equipados com IA de baixo custo, que custam menos de US$ 500 (cerca de R$ 3.000), podem destruir bombardeios estratégicos de US$ 7 bilhões (cerca de R$ 28 bilhões).


Além do campo de batalha, a IA também está moldando a segurança global, a política e até a confiança nas informações que circulam sobre o conflito. Isso é o que aponta a United24 Media, site especializado em informações sobre a guerra da Ucrânia.

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Drones e decisões em tempo real

Na Ucrânia, a IA está no centro das operações militares. Ela tem sido empregada em áreas como segmentação de alvos, sistemas de comando, drones autônomos e estratégias táticas.


Plataformas como a Palantir, uma tecnologia que integra dados de satélites e drones, fornecem inteligência em tempo real para otimizar ataques. “Nosso software é responsável pela maioria das operações de segmentação na Ucrânia”, disse Alex Karp, CEO da empresa.

O Ministro da Transformação Digital da Ucrânia, Mykhailo Fedorov, disse em um comunicado que o sistema de consciência situacional da Palantir permite decisões mais rápidas e precisas.


A Ucrânia também desenvolveu plataformas em nuvem, como Delta e Kropyva, que coletam dados de drones, satélites e sensores terrestres, criando um panorama unificado do campo de batalha. Essas ferramentas ajudam comandantes a tomarem decisões estratégicas com base em informações em tempo real.

Em junho, drones guiados por IA protagonizaram a histórica operação “Teia de Aranha”. Operados autonomamente, eles seguiram rotas pré-programadas usando algoritmos de reconhecimento visual para atingir alvos, mesmo sem sinal de controle.


Um avanço ainda mais impressionante são os “drones-mãe”, grandes plataformas não tripuladas que lançam drones de ataque em território inimigo.

IA na recuperação e reabilitação

A IA também está ajudando a Ucrânia a se recuperar dos impactos da guerra. Com um financiamento internacional de milhões de euros, o país implementou sistemas de desminagem baseados em IA.

Essas tecnologias, segundo a United24 Media, analisam imagens de satélites e drones para localizar minas e munições não detonadas, reduzindo riscos e acelerando a limpeza de áreas agrícolas e residenciais.

Na área da saúde, a startup ucraniana-americana Esper Bionics desenvolveu a Esper Hand, uma prótese controlada por IA que ajusta padrões de movimento em tempo real. Essa tecnologia permite que amputados realizem desde tarefas simples até atividades que exigem precisão.

Resposta russa: drones e desinformação

A Rússia também investe em IA, com destaque para o drone V2U UAV, que usa visão computacional para navegar e identificar alvos, mesmo com interferência nos sistemas de navegação.

Outro sistema russo, o drone Lancet-3, possui um módulo de IA para reconhecimento, embora enfrente problemas de confiabilidade.

Fora do campo de batalha, a Rússia utiliza a IA para espalhar desinformação por meio da Rede Pravda, também chamada de “Portal Kombat”, de acordo com a United24.

Esse sistema inclui centenas de sites falsos que imitam veículos de imprensa legítimos, publicando milhões de artigos pró-Kremlin em vários idiomas, gerados por ferramentas automatizadas.

Um exemplo marcante foi um vídeo deepfake que mostrava a primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, supostamente comprando um Bugatti de US$ 4,8 milhões. Apesar de desmascarado rapidamente, o vídeo alcançou 20 milhões de visualizações.

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