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Eleição na Venezuela: oposição calcula participação histórica em votação decisiva para Maduro

Venezuelanos fizeram filas desde as primeiras horas deste domingo para garantir acesso às urnas

Internacional|Do R7, com Estadão Conteúdo


Urnas começaram a ser fechadas às 18h (19h em Brasília) Divulgação/X/@cneesvzla

A campanha do candidato opositor da Venezuela, Edmundo González, disse que o índice de participação na eleição presidencial deste domingo (28) superou 54,8%, o que representaria cerca de 11,7 milhões de eleitores. O número é projetado com base nos relatos de fiscais de mesa da oposição com acesso às zonas de votação e, se confirmado, deve favorecer a chapa contrária a Nicolás Maduro, a Plataforma Unitária.

Considerando que em torno de 16,8 milhões de pessoas estavam habilitadas para votar dentro da Venezuela, a participação seria, portanto, de 70%. Dos 4,5 milhões de venezuelanos que vivem no exterior, apenas 70 mil foram autorizados a votar.

Desde as primeiras horas da madrugada, venezuelanos fizeram filas para votar em diversos pontos do país. A oposição, no entanto, acusa o governo de Nicolás Maduro de dificultar o acesso dos eleitores em áreas onde o chavismo é impopular.

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Além disso, uma das chefes da campanha opositora, Delza Solorzano, também acusou o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) de vetar o acesso da Plataforma Unitária à sala de totalização dos votos. A votação ocorreu em clima de calma e se encerrou às 18h (19h, no horário de Brasília), mas há temores crescentes entre opositores, especialistas e alguns observadores eleitorais de que o governo de Maduro tente fraudar o resultado da eleitoral. Quem ainda estava nas filas poderia votar, segundo a lei eleitoral.


Desde o fim de semana, Maduro tem impedido a entrada de observadores eleitorais convidados pela oposição para acompanhar a votação. Durante o domingo, o governo chavista divulgou pesquisas de boca de urna que dariam vantagem a Maduro sobre Gonzalez, mas a prática é vedada pela própria legislação eleitoral venezuelana. O Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo regime, ainda não forneceu estimativas de comparecimento.

As principais autoridades chavistas têm se mantido em silêncio ao longo do dia, e alguns deles sofreram hostilidades ao comparecer a votar. Foi o que ocorreu com o governador de Miranda, Hector Rodríguez, e o ex-opositor Daniel Ceballos, que se aliou a Maduro e foi chamado de traidor. O próprio presidente optou por votar às 6h, em uma aparente tentativa de evitar vaias.


”Em todos os centros do país, estamos vendo um grande comparecimento e me sinto muito orgulhoso. Estamos realizando um sonho e uma luta pela liberdade”, disse a líder opositora María Corina Machado, que foi impedida de concorrer nessas eleições, depois de votar em Caracas. “Isso é enorme e, se continuar assim será uma figura histórica. É uma maravilha. É muito, muito bonito o que está acontecendo.”

Boca de urna

Circula entre opositores e aliados de María Corina Machado e Edmundo González pesquisas de boca de urna que dão ao ex-diplomata 60% dos votos contra 30% de Maduro. A divulgação de pesquisas é proibida pela lei eleitoral venezuelana, mas, mais cedo, uma projeção do instituto Hinterlaces, ligado ao chavismo, dá a Maduro 55% dos votos.


Apuração

A Plataforma Unitária convocou seus eleitores a comparecer às seções de votação para acompanhar a emissão das atas de votação, como meio de evitar fraudes. Além disso, a oposição também tem fiscais eleitorais em cada zona, mas ao longo do dia houve denúncias de que o governo tem barrado essas testemunhas em alguns colégios eleitorais e na sede do Conselho Nacional Eleitoral.

”Nenhum fiscal eleitoral deixa a zona eleitoral sem a ata da urna. Nossas testemunhas têm o direito de obter seu certificado. Esse é o momento mais crítico e o melhor modo de nos defender é estando presentes na seção eleitoral. O mundo está conosco”, disse María Corina em uma entrevista coletiva no fim da votação.

”Tivemos um dia histórico e enorme, nunca visto nos últimos anos. Pedimos às testemunhas que permaneçam nos centros e recebam as atas”, acrescentou o candidato presidencial Edmundo Gonzalez.

Venezuelanos foram às urnas neste domingo em uma eleição presidencial tensa e crucial, que irá determinar o rompimento ou a continuidade do chavismo, no poder há 25 anos.

Maduro enfrenta como principal adversário Edmundo González Urrutia, que representa María Corina Machado, impedida de concorrer devido a uma inabilitação política após vencer as primárias com mais de 90% dos votos no ano passado.

Depois de falar que o país viveria “um banho de sangue” se a oposição vencesse, Maduro amenizou o tom do discurso nos últimos dias e se comprometeu a aceitar o resultado das urnas.

O CNE só vai divulgar o resultado quando não houver mais chance estatística de que ele sofra alteração. A expectativa é que o vencedor senha anunciado no começo da madrugada de segunda-feira (29).


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