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Entenda por que Milei sofreu revés nas eleições legislativas de Buenos Aires

Milei disse que sofreu ‘clara derrota’ no pleito que testou o humor dos argentinos às vésperas da eleição de meio de mandato

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Milei sofreu a maior derrota desde sua presidência nas eleições de Buenos Aires, com apenas 33,71% dos votos.
  • O peronismo, liderado por Axel Kicillof, consolidou sua força política, obtendo 47,28% dos votos e aumentando sua presença no Senado.
  • A derrota de Milei foi influenciada por fatores políticos e econômicos, incluindo um cenário de estagnação econômica e denúncias de corrupção.
  • Kicillof e Cristina Kirchner criticaram a gestão de Milei, destacando a necessidade de um governo que atenda a todos os cidadãos.

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Milei chegou à votação com dados menos favoráveis do que esperava, avaliam especialistas Reprodução/Record News

A província de Buenos Aires, a mais populosa da Argentina e responsável por cerca de 40% do eleitorado nacional, deu no domingo (7) a maior derrota de Javier Milei desde que ele assumiu a presidência em 2023. O peronismo, força política historicamente dominante na região, obteve 47,28% dos votos, contra 33,71% da aliança formada por A Liberdade Avança e o PRO, de Mauricio Macri. Com 99% das urnas apuradas, a diferença foi de quase 14 pontos percentuais.

A votação renova cadeiras no Senado e na Câmara da província, mas também funciona como um termômetro para as eleições legislativas nacionais marcadas para 26 de outubro.


Foi a primeira vez desde a redemocratização que a província realizou eleições de meio de mandato em separado das nacionais, decisão tomada pelo governador Axel Kicillof. O peronista saiu fortalecido e se consolidou como liderança da oposição.

O revés de Milei foi acompanhado de perto por todo o país. Ele havia projetado um cenário de empate técnico e, até dois meses atrás, falava em vitória na província. No entanto, a realidade foi diferente. “Sem dúvida no plano político hoje tivemos uma derrota clara e se alguém quiser reconstruir o que deve ser feito é aceitar os resultados, tivemos um revés eleitoral”, admitiu o presidente.


A derrota foi explicada por uma combinação de fatores. No campo político, o peronismo lançou candidatos de peso ligados à gestão provincial. No primeiro distrito da Grande Buenos Aires, por exemplo, a lista ao Senado foi encabeçada por Gabriel Katopodis, ministro da Infraestrutura e Serviços Públicos de Kicillof, que conquistou cinco cadeiras.

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Já no terceiro distrito, a vice-governadora Verónica Magario garantiu dez vagas. Mesmo em áreas onde os peronistas tradicionalmente enfrentam dificuldades, como o interior da província, conseguiram superar o governo.


O resultado no chamado Conurbano Bonaerense, região que reúne municípios ao redor da capital argentina, foi decisivo. Distritos historicamente peronistas como La Matanza e Lomas de Zamora deram margem suficiente para consolidar a vitória. Em contrapartida, os mileístas só venceram em áreas específicas, como Tandil, Pinamar e Bahía Blanca.

No campo econômico, Milei chegou à votação com dados menos favoráveis do que esperava. Apesar da queda da inflação acumulada em comparação com 2024, a economia mostrava sinais de estagnação e retração, além de intervenções recentes no câmbio para segurar a desvalorização do peso. Esse cenário reduziu o impacto positivo que o governo esperava explorar durante a campanha.


A imagem do presidente também foi atingida por denúncias que envolvem sua irmã e principal aliada política, Karina Milei. Áudios de um ex-funcionário indicaram possível esquema de corrupção na compra de medicamentos destinados a pessoas com deficiência. O caso ganhou repercussão poucos dias antes da votação.

Do lado peronista, o discurso foi de fortalecimento e de crítica direta ao governo. Kicillof comemorou o resultado com um tom de enfrentamento. “Os números explicaram a Milei que ele não pode mais governar com ódio, com insultos. Que as pessoas com deficiência não podem ser abandonadas”, afirmou o governador durante a celebração em La Plata.

Cristina Kirchner, em prisão domiciliar e impedida de disputar cargos, também se pronunciou. “Decidiram dar um basta a um presidente que parece não entender que precisa governar para todos. Espero que este pronunciamento popular o ajude a entender que ele não pode exercer seu cargo da maneira como faz”, disse a ex-presidente.

Com o resultado, os peronistas aumentaram a presença no Senado provincial, passando de 21 para 24 cadeiras, e mantiveram a posição de primeira minoria na Câmara, com 39 assentos. A coalizão governista, por sua vez, avançou de 12 para 15 cadeiras no Senado e de 24 para 31 na Câmara, mas não conseguiu reduzir a distância em relação ao principal adversário.

Perguntas e Respostas

 

Qual foi o resultado das eleições legislativas em Buenos Aires para Javier Milei?

 

Javier Milei sofreu sua maior derrota desde que assumiu a presidência em 2023, com o peronismo obtendo 47,28% dos votos, enquanto a aliança de Milei ficou com 33,71%. A diferença foi de quase 14 pontos percentuais, com 99% das urnas apuradas.

 

Qual a importância dessas eleições para o cenário político argentino?

 

As eleições renovaram cadeiras no Senado e na Câmara da província de Buenos Aires e serviram como um termômetro para as eleições legislativas nacionais marcadas para 26 de outubro.

 

O que motivou a realização das eleições em separado das nacionais?

 

Foi a primeira vez que a província realizou eleições de meio de mandato separadas das nacionais, decisão tomada pelo governador Axel Kicillof, que saiu fortalecido e se consolidou como líder da oposição.

 

Como Javier Milei reagiu à sua derrota?

 

Milei admitiu que teve uma "derrota clara" e reconheceu que é necessário aceitar os resultados e reconstruir a situação política após o revés eleitoral.

 

Quais fatores contribuíram para a derrota de Milei?

 

A derrota de Milei foi atribuída a uma combinação de fatores, incluindo candidatos de peso do peronismo e uma imagem do presidente afetada por denúncias de corrupção envolvendo sua irmã, Karina Milei.

 

Como foi a atuação do peronismo nas eleições?

 

O peronismo lançou candidatos fortes, como Gabriel Katopodis e Verônica Magario, que conquistaram várias cadeiras, mesmo em áreas onde tradicionalmente enfrentavam dificuldades.

 

Qual foi o impacto da situação econômica nas eleições?

 

Milei chegou à votação com dados econômicos desfavoráveis, incluindo sinais de estagnação e intervenções no câmbio, o que reduziu o impacto positivo que esperava explorar durante a campanha.

 

Como os líderes peronistas reagiram ao resultado das eleições?

 

Axel Kicillof comemorou a vitória e criticou a forma de governar de Milei, enquanto Cristina Kirchner, mesmo em prisão domiciliar, expressou que o resultado foi um recado para Milei sobre a necessidade de governar para todos.

 

Qual foi a nova composição do Senado e da Câmara provincial após as eleições?

 

Os peronistas aumentaram sua presença no Senado provincial, passando de 21 para 24 cadeiras, enquanto a coalizão governista avançou de 12 para 15 cadeiras no Senado e de 24 para 31 na Câmara, mas ainda assim não conseguiu reduzir a distância em relação ao principal adversário.

 

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