Fã do Estado Islâmico é considerada criminosa de guerra após postar fotos ao lado de cabeças espetadas
Fatosh Ibrahim publicou imagens no Facebook e disse que vítimas do grupo terrorista 'mereciam aquilo a que foram submetidas'
Internacional|Maria Cunha*, do R7
Uma fã do EI (Estado Islâmico) foi condenada a três meses de prisão após ter postado fotos de si mesma na frente de cabeças cortadas de vítimas do grupo terrorista.
O Tribunal Distrital de Goteborg, na Suécia, ouviu que Fatosh Ibrahim havia “em duas ocasiões publicado fotos de cabeças decepadas e espetadas na cerca” de uma rotatória em Raqqa, na Síria.
A Justiça disse em decisão que Fatosh postou "comentários depreciativos sobre as pessoas nas fotos" no Facebook, afirmando que "elas mereciam aquilo a que foram submetidas".
Fatosh, de 35 anos, usou o próprio celular para tirar as fotos na Praça Naim de Raqqa — que significa “Paraíso” —, onde os membros do Estado Islâmico exibiram partes do corpo das vítimas.
A fã do grupo terrorista admitiu ter postado as fotos na rede social e disse: “Não sei o que estava pensando. Fui ferida de guerra. Era muito comum ver cadáveres em Raqqa”.
No tribunal, ela alegou que havia viajado para a Síria em dezembro de 2012 e não tinha intenção de se juntar ao grupo terrorista, mas foi forçada a ficar.
"Eu trabalhava permanentemente como soldadora. Meu irmão queria que eu fosse à Síria para uma visita. Então fiquei presa lá e não pude viajar para casa. Isso foi em 2012, e o EI veio em 2013", disse Fatosh.
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A Justiça, no entanto, afirmou que “a mulher expressou claramente sua simpatia pelas ações do grupo Estado Islâmico, e suas ações foram consideradas relacionadas ao conflito armado que estava ocorrendo na área na hora".
Fatosh, em resposta, disse que as mulheres não tinham liberdade em Raqqa e que tinham que fazer exatamente o que os homens mandavam, antes de retornarpara a Suécia, em 2017.
*Estagiária do R7, sob supervisão de Celso Fonseca