Rússia x Ucrânia

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Crianças e adolescentes 'sequestrados' pela Rússia reencontram os pais na Ucrânia

Os menores afirmaram que não sofreram maus-tratos nos abrigos, mas foram submetidos a uma doutrinação constante

Internacional|Do R7

23/03/2023 - 15h39 (Atualizado em 19/04/2024 - 06h05)

Um menino de 10 anos salta do ônibus para os braços de seu pai, em Kiev: trata-se de um dos 17 menores que, graças a uma ONG, conseguiram voltar para casa após terem sido levados para a Rússia ou para zonas ocupadas pelas forças russas na Ucrânia. Denis Zaporozhenko não via o filho nem as duas filhas havia seis meses e meio. Todos viviam juntos em Kherson, no sul ocupado da Ucrânia, quando se separaram, em 7 de outubro, um mês antes de as forças ucranianas reconquistarem a cidade — Um menino de 10 anos salta do ônibus para os braços de seu pai, em Kiev: trata-se de um dos 17 menores que, graças a uma ONG, conseguiram voltar para casa após terem sido levados para a Rússia ou para zonas ocupadas pelas forças russas na Ucrânia. Deni... Um menino de 10 anos salta do ônibus para os braços de seu pai, em Kiev: trata-se de um dos 17 menores que, graças a uma ONG, conseguiram voltar para casa após terem sido levados para a Rússia ou para zonas ocupadas pelas forças russas na Ucrânia. Denis Zaporozhenko não via o filho nem as duas filhas havia seis meses e meio. Todos viviam juntos em Kherson, no sul ocupado da Ucrânia, quando se separaram, em 7 de outubro, um mês antes de as forças ucranianas reconquistarem a cidade Sergei Chuzavkov/AFP - 22.3.2023

Esse pai de família conta que aceitou enviar os filhos a 'acampamentos de férias' mais ao sul, na Crimeia anexada, porque terríveis combates se anunciavam em Kherson, com a contraofensiva ucraniana. Os funcionários russos da escola na qual estudavam 'prometiam enviá-los durante uma semana ou duas', relata. 'Quando nos demos conta de que não deveríamos aceitar, já era tarde demais', continua. Ele diz que pôde falar com os três filhos por telefone durante esses longos meses de separação — Esse pai de família conta que aceitou enviar os filhos a 'acampamentos de férias' mais ao sul, na Crimeia anexada, porque terríveis combates se anunciavam em Kherson, com a contraofensiva ucraniana. Os funcionários russos da escola na qual estudavam 'p... Esse pai de família conta que aceitou enviar os filhos a 'acampamentos de férias' mais ao sul, na Crimeia anexada, porque terríveis combates se anunciavam em Kherson, com a contraofensiva ucraniana. Os funcionários russos da escola na qual estudavam 'prometiam enviá-los durante uma semana ou duas', relata. 'Quando nos demos conta de que não deveríamos aceitar, já era tarde demais', continua. Ele diz que pôde falar com os três filhos por telefone durante esses longos meses de separação Sergei Chuzavkov/AFP - 22.3.2023

Para a Ucrânia, esses menores são parte dos 16 mil que foram 'sequestrados' pelos russos. Moscou desmente e se felicita por tê-los 'salvado' da guerra e por ter estabelecido procedimentos para reuni-los com as famílias. O TPI (Tribunal Penal Internacional) emitiu, na semana passada, um mandado de prisão contra Vladimir Putin por considerá-lo suspeito de ser responsável pelo 'crime de guerra de deportação ilegal' de menores — Para a Ucrânia, esses menores são parte dos 16 mil que foram 'sequestrados' pelos russos. Moscou desmente e se felicita por tê-los 'salvado' da guerra e por ter estabelecido procedimentos para reuni-los com as famílias. O TPI (Tribunal Penal Internacio... Para a Ucrânia, esses menores são parte dos 16 mil que foram 'sequestrados' pelos russos. Moscou desmente e se felicita por tê-los 'salvado' da guerra e por ter estabelecido procedimentos para reuni-los com as famílias. O TPI (Tribunal Penal Internacional) emitiu, na semana passada, um mandado de prisão contra Vladimir Putin por considerá-lo suspeito de ser responsável pelo 'crime de guerra de deportação ilegal' de menores Sergei Chuzavkov/AFP - 22.3.2023

Miroslava Kharchenko, jurista da ONG Save Ukraine — que organizou o retorno dos 17 menores —, detalha que as autoridades russas utilizaram 'a intimidação, a manipulação e a chantagem' para se apoderar delas. 'Diziam aos pais que tinham uma hora para refletir e que, se os ucranianos chegassem, trariam mercenários americanos que iriam agredir e violentar' os menores, lamenta. 'Afirmavam a eles que era a única oportunidade para salvar seus filhos' — Miroslava Kharchenko, jurista da ONG Save Ukraine — que organizou o retorno dos 17 menores —, detalha que as autoridades russas utilizaram 'a intimidação, a manipulação e a chantagem' para se apoderar delas. 'Diziam aos pais que tinham uma hora para re... Miroslava Kharchenko, jurista da ONG Save Ukraine — que organizou o retorno dos 17 menores —, detalha que as autoridades russas utilizaram 'a intimidação, a manipulação e a chantagem' para se apoderar delas. 'Diziam aos pais que tinham uma hora para refletir e que, se os ucranianos chegassem, trariam mercenários americanos que iriam agredir e violentar' os menores, lamenta. 'Afirmavam a eles que era a única oportunidade para salvar seus filhos' Sergei Chuzavkov/AFP - 22.3.2023

A ONG responde a pedidos de pais desesperados que não conseguem recuperar os filhos, diante da recusa da administração russa. Na ausência de um acordo diplomático entre Kiev e Moscou, a organização deve se submeter aos procedimentos administrativos estabelecidos pelos russos para cada 'repatriação'. E, pela primeira vez, a associação conseguiu organizar um retorno em grupo para a Ucrânia — A ONG responde a pedidos de pais desesperados que não conseguem recuperar os filhos, diante da recusa da administração russa. Na ausência de um acordo diplomático entre Kiev e Moscou, a organização deve se submeter aos procedimentos administrativos est... A ONG responde a pedidos de pais desesperados que não conseguem recuperar os filhos, diante da recusa da administração russa. Na ausência de um acordo diplomático entre Kiev e Moscou, a organização deve se submeter aos procedimentos administrativos estabelecidos pelos russos para cada 'repatriação'. E, pela primeira vez, a associação conseguiu organizar um retorno em grupo para a Ucrânia Sergei Chuzavkov/AFP - 22.3.2023

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A ONG fretou um ônibus e, levando algumas das mães, fez um longo caminho: primeiro, em direção ao oeste; em seguida, ao norte; depois, ao leste; e, finalmente, ao sul, passando por Polônia, Belarus, Rússia e Crimeia, já que não foi permitido cruzar a linha do 'front' no sul da Ucrânia — A ONG fretou um ônibus e, levando algumas das mães, fez um longo caminho: primeiro, em direção ao oeste; em seguida, ao norte; depois, ao leste; e, finalmente, ao sul, passando por Polônia, Belarus, Rússia e Crimeia, já que não foi permitido cruzar a l... A ONG fretou um ônibus e, levando algumas das mães, fez um longo caminho: primeiro, em direção ao oeste; em seguida, ao norte; depois, ao leste; e, finalmente, ao sul, passando por Polônia, Belarus, Rússia e Crimeia, já que não foi permitido cruzar a linha do 'front' no sul da Ucrânia Sergei Chuzavkov/AFP - 22.3.2023

Ouvidos pela AFP na quarta-feira (22), vários desses menores disseram não terem sofrido maus-tratos, mas relataram episódios de doutrinação. Yana Zaporozhenko, filha de 11 anos de Denis, descreve 'muitas inspeções de funcionários russos em seu acampamento'. 'Pediam à gente para cantar e dançar, quando havia inspeções', acrescenta — Ouvidos pela AFP na quarta-feira (22), vários desses menores disseram não terem sofrido maus-tratos, mas relataram episódios de doutrinação. Yana Zaporozhenko, filha de 11 anos de Denis, descreve 'muitas inspeções de funcionários russos em seu acampame... Ouvidos pela AFP na quarta-feira (22), vários desses menores disseram não terem sofrido maus-tratos, mas relataram episódios de doutrinação. Yana Zaporozhenko, filha de 11 anos de Denis, descreve 'muitas inspeções de funcionários russos em seu acampamento'. 'Pediam à gente para cantar e dançar, quando havia inspeções', acrescenta Sergei Chuzavkov/AFP - 22.3.2023

'Se você não cantava o hino nacional russo, te obrigavam a escrever notas explicativas. E, no Ano-Novo, mostraram o discurso de Putin para a gente', conta Taisia Volinska, de 15 anos, natural de Kherson — 'Se você não cantava o hino nacional russo, te obrigavam a escrever notas explicativas. E, no Ano-Novo, mostraram o discurso de Putin para a gente', conta Taisia Volinska, de 15 anos, natural de Kherson 'Se você não cantava o hino nacional russo, te obrigavam a escrever notas explicativas. E, no Ano-Novo, mostraram o discurso de Putin para a gente', conta Taisia Volinska, de 15 anos, natural de Kherson Sergei Chuzavkov/AFP - 22.3.2023

Inessa Vertoch, de 43 anos, que esperou ou filho 'dia após dia', afirma que ele está 'mais sério'. 'Ele me olha e me diz: mamãe, não quero te contar. Você nunca mais dormiria à noite' — Inessa Vertoch, de 43 anos, que esperou ou filho 'dia após dia', afirma que ele está 'mais sério'. 'Ele me olha e me diz: mamãe, não quero te contar. Você nunca mais dormiria à noite' Inessa Vertoch, de 43 anos, que esperou ou filho 'dia após dia', afirma que ele está 'mais sério'. 'Ele me olha e me diz: mamãe, não quero te contar. Você nunca mais dormiria à noite' Sergei Chuzavkov/AFP - 22.3.2023

Miroslava Kharchenko, da Save Ukraine, assegura que os psicólogos vão atender cada uma dessas crianças. E insiste para que os pais não voltem a viver nas 'áreas perigosas' — Miroslava Kharchenko, da Save Ukraine, assegura que os psicólogos vão atender cada uma dessas crianças. E insiste para que os pais não voltem a viver nas 'áreas perigosas' Miroslava Kharchenko, da Save Ukraine, assegura que os psicólogos vão atender cada uma dessas crianças. E insiste para que os pais não voltem a viver nas 'áreas perigosas' Sergei Chuzavkov/AFP - 22.3.2023

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