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CRISE HUMANITÁRIA

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Fora de pacto da ONU, Chile endurece política migratória

Com 6.000 km de fronteiras terrestres, país viu migração crescer 550% desde 1992. Baixos índices de corrupção e menor taxa de homicídios são atrativos

Internacional|Do R7

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Quando a maioria dos países da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou, no último dia 10 de dezembro, um Pacto Global para a Migração Segura, Ordenada e Regular — que tenta fazer frente às grandes crises migratórias registradas em todos os continentes nos últimos anos —, o Chile bateu o pé. Com mais de 6.000 km de fronteiras terrestres, o país vem endurecendo suas posições em relação à migração
O mundo pode ter suas atenções voltadas para a caravana de latinos que tenta atravessar a divisa do México em direção aos Estados Unidos ou para as travessias perigosas feitas por migrantes no Mediterrâneo. Mas o Chile e outros países da América do Sul absorvem, atualmente, uma onda de migração em massa que vem de nações carentes da região, como Haiti e Venezuela Veja também: Jovens latinos marcham rumo aos EUA inspirados por cinema e hip hop 
A agência de notícias Reuters entrevistou, na fronteira chilena, o cubano Yoniel Torres, que tem 31 anos e é pai de duas crianças. Torres foi flagrado por agentes policiais enquanto tentava entrar no país e foi detido. "Um coiote me deixou perto da divisa com o Peru e me disse para seguir o trilho do trem. Isso é horrível. Foi um caminho muito difícil. Eu só vim para procurar uma vida melhor", disse Leia mais: Chile destitui dois cônsules investigados por tráfico de pessoas
Assim como o cubano, muitos migrantes chegam a percorrer até 9.000 entre vias aéreas e terrestres para chegar até o Chile — que tem o maior PIB (Produto Interno Bruto) per capita da América, baixos índices de corrupção e a menor taxa de homicídios da região, segundo dados do Banco Mundial
Na travessia, os migrantes que desejam chegar ao Chile enfrentam desde a umidade amazônica até as temperaturas extremas e altitudes elevadas nos desertos de países como Peru e Bolívia
A migração para o Chile cresceu mais de 550% em menos de 30 anos, segundo a Reuters. Foi de 114.500 em 1992 para 746.465 no último ano
Muitas vezes, os migrantes pagam o equivalente a 11.712 reais para coiotes que oferecem ajuda na travessia para o território chileno. Alguns se aventuram em áreas remotas e correm o risco de esbarrar em minas terrestres depositadas na fronteira ainda durante o governo de Augusto Pinochet, entre 1973 e 1990
Javiera Lopez, promotor na cidade de Arica, que fica no extremo norte chileno, revela que muitos dos migrantes são roubados e até abusados sexualmente em sua jornada. “Algumas cicatrizes nunca somem, não somente pela travessia mas porque a situação que os migrantes encontram no Chile, muitas vezes, é completamente diferente daquela que eles imaginavam”, diz
Os migrantes que conseguem entrar no Chile frequentemente vivem em condições precárias. Haitianos, dominicanos e bolivianos moram em vizinhanças pobres como Cerro Chuno, em Arica, aceitando trabalhos informais em restaurantes e minas. Racismo e discriminação são comuns
Os 29 países que se recusaram a assinar o pacto da ONU no início do mês dizem que estão defendendo sua soberania. "As pessoas têm o direito de deixar o seu país quando acharem que é certo", disse o ministro das Relações Exteriores do Chile, Roberto Ampuero, a um comitê do Senado na semana passada. "Mas ... elas não podem ir para qualquer país que quiserem."

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Quando a maioria dos países da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou, no último dia 10 de dezembro, um Pacto Global para a Migração Segura, Ordenada e Regular — que tenta fazer frente às grandes crises migratórias registradas em todos os continentes nos últimos anos —, o Chile bateu o pé. Com mais de 6.000 km de fronteiras terrestres, o país vem endurecendo suas posições em relação à migração
O mundo pode ter suas atenções voltadas para a caravana de latinos que tenta atravessar a divisa do México em direção aos Estados Unidos ou para as travessias perigosas feitas por migrantes no Mediterrâneo. Mas o Chile e outros países da América do Sul absorvem, atualmente, uma onda de migração em massa que vem de nações carentes da região, como Haiti e Venezuela Veja também: Jovens latinos marcham rumo aos EUA inspirados por cinema e hip hop 
A agência de notícias Reuters entrevistou, na fronteira chilena, o cubano Yoniel Torres, que tem 31 anos e é pai de duas crianças. Torres foi flagrado por agentes policiais enquanto tentava entrar no país e foi detido. "Um coiote me deixou perto da divisa com o Peru e me disse para seguir o trilho do trem. Isso é horrível. Foi um caminho muito difícil. Eu só vim para procurar uma vida melhor", disse Leia mais: Chile destitui dois cônsules investigados por tráfico de pessoas
Assim como o cubano, muitos migrantes chegam a percorrer até 9.000 entre vias aéreas e terrestres para chegar até o Chile — que tem o maior PIB (Produto Interno Bruto) per capita da América, baixos índices de corrupção e a menor taxa de homicídios da região, segundo dados do Banco Mundial
Na travessia, os migrantes que desejam chegar ao Chile enfrentam desde a umidade amazônica até as temperaturas extremas e altitudes elevadas nos desertos de países como Peru e Bolívia
A migração para o Chile cresceu mais de 550% em menos de 30 anos, segundo a Reuters. Foi de 114.500 em 1992 para 746.465 no último ano
Muitas vezes, os migrantes pagam o equivalente a 11.712 reais para coiotes que oferecem ajuda na travessia para o território chileno. Alguns se aventuram em áreas remotas e correm o risco de esbarrar em minas terrestres depositadas na fronteira ainda durante o governo de Augusto Pinochet, entre 1973 e 1990
Javiera Lopez, promotor na cidade de Arica, que fica no extremo norte chileno, revela que muitos dos migrantes são roubados e até abusados sexualmente em sua jornada. “Algumas cicatrizes nunca somem, não somente pela travessia mas porque a situação que os migrantes encontram no Chile, muitas vezes, é completamente diferente daquela que eles imaginavam”, diz
Os migrantes que conseguem entrar no Chile frequentemente vivem em condições precárias. Haitianos, dominicanos e bolivianos moram em vizinhanças pobres como Cerro Chuno, em Arica, aceitando trabalhos informais em restaurantes e minas. Racismo e discriminação são comuns
Os 29 países que se recusaram a assinar o pacto da ONU no início do mês dizem que estão defendendo sua soberania. "As pessoas têm o direito de deixar o seu país quando acharem que é certo", disse o ministro das Relações Exteriores do Chile, Roberto Ampuero, a um comitê do Senado na semana passada. "Mas ... elas não podem ir para qualquer país que quiserem."

Quando a maioria dos países da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou, no último dia 10 de dezembro, um Pacto Global para a Migração Segura, Ordenada e Regular — que tenta fazer frente às grandes crises migratórias registradas em todos os continentes nos últimos anos —, o Chile bateu o pé. Com mais de 6.000 km de fronteiras terrestres, o país vem endurecendo suas posições em relação à migração

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