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Brexit: Reino Unido fora da União Europeia

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Reino Unido tem maratona de negociações para diminuir prejuízos com saída da União Europeia

Nos próximos dois anos, país vai negociar acordos mas especialista adianta que europeus vão dificultar

Internacional|Do R7

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A saída do Reino Unido da União Europeia é um acontecimento histórico que desfaz o vínculo formal do país com a entidade. Por outro lado, é apenas o início de uma série de providências e negociações até que a decisão da população em referendo no último dia 23 seja colocada em prática
Repercussões em todos os setores, entre eles o econômico, social, cultural e político farão com que a relação do país com o continente, e com o mundo, entre em uma nova fase. A relação comercial do país com a Europa vem desde 1973, com a entrada no Mercado Comum Europeu
A partir de agora, o processo levará o Reino Unido a ser um ente único, a entrar em uma maratona de negociações com blocos internacionais, perdendo poderio econômico com isso. Pelo Artigo 50 do Tratado de Lisboa, levará pelo menos dois anos até que todos os procedimentos para a saída sejam realizados
Pelo mesmo Artigo 50, sobre regras para a saída de um membro da União Europeia, a decisão da população do Reino Unido precisa ser referendada e colocada em prática após decisão dos outros 27 países que compõem a agremiação
Acordos comerciais e a isenção de tarifas do Reino Unido com o continente europeu serão revistas, segundo Márcio Coimbra, coordenador do MBA de Relações Institucionais do Ibmec/DF. A integração do País não era total, havia acordos pontuais. O Reino Unido já estava de fora da união monetária e do Acordo de Schengen (livre circulação)
— Na verdade a UE é uma união de vários tratados, como camadas de um bolo e cada tratado é uma camada. Eu achava que o Reino Unido ia sair de alguns outros mas não deixaria alguns tratados de comércio, de integração comercial, mas vejo que a raiva dos outros países que ficaram é tão grande que não vão aceitar a manutenção de alguns acordos, nem com um pouco vão ficar
O fim de vários acordos para o país representa um enorme prejuízo, de acordo com informações do brasileiro Roberto Azevedo, diretor-geral da OMC (Organização Mundial de Saúde) à AFP. Ele considera que os exportadores britânicos teriam de desembolsar por ano 5,6 bilhões de libras, o equivalente a R$ 26,2 bilhões
Coimbra ressalta que a tendência é  que todos os tratados de livre comércio que têm a participação do Reino Unido deixem de valer, ao contrário do que pediu o líder do Ukip (Partido de Independência do Reino Unido), Nigel Farage (foto), que chegou a dizer que o Reino Unido seria o melhor amigo do bloco a partir dessa saída
— O Reino Unido provavelmente terá de começar a tratar de livre comércio especificamente com cada país
Ironicamente, teria de negociar inclusive com o bloco europeu, segundo Coimbra, mas possivelmente em bases muito mais desfavoráveis do que as atuais
— Neste caso teria de ser feito um tratado com a própria União Europeia, para negociar com o bloco e acordos com outros países, incluindo o Brasil
Na área agrícola, para o Reino Unido, carente de recursos no setor, a saída até poderá ser benéfica. O país terá possibilidade de realizar acordos para a importação de commodities com o Mercosul, por exemplo, acelerando um processo que para o país estava estagnado devido à resistência de representantes da União Europeia
Países como a França, por exemplo, eram contra a retirada de certas barreiras tarifárias temendo que com isso a produção agrícola interna ficasse prejudicada por uma concorrência vinda do Exterior
Em relação aos vistos de trabalho, muitos europeus de outros países que trabalhavam na Inglaterra como cidadãos locais passarão a ser considerados estrangeiros. Coimbra vê nisso um problema
— Há um enorme contingente de europeus morando no Reino Unido e essas pessoas já estão lá estabelecidas. Ou o país cria um mecanismo de aceite ou outra opção seria criar uma regra de transição para que essas pessoas saiam do Reino Unido. Neste caso será uma perda muito séria porque há muitas pessoas nessa frente que trazem muitos benefícios à economia
Também os cidadãos do Reino Unido que trabalham em outros países irão ser prejudicados, na avaliação do especialista: — Essas pessoas perderão a capacidade legal de viver e trabalhar nestes países da União Europeia e terão de voltar para o Reino Unido
Na área de segurança também haverá alterações. Afinal, a Otan (Tratado da Organização do Atlântico Norte), entidade da qual o Reino Unido continua fazendo parte não tem sido responsável por muitos acordos de atuação em conflitos que envolvem países europeus. Esses têm ficado mais a cargo da União Europeia, conforme ressalta Coimbra
— Depende do mecanismo que os países vão adotar em relação a cada conflito. Do plano de segurança da União Europeia o Reino Unido não participa. De plano da Otan, participa. A Otan não atua em defesa da Europa, atua caso algum de seus membros sejam atacados. Tem sido mais raro ver a Otan atuar, é mais via União Europeia que as ações têm ocorrido
Países vetam voos do Reino Unido após mutação do coronavírus
— A situação dos imigrantes piora porque eles não vão ter respaldo dos outros países europeus. O foro fica muito mais restrito, agora restrito às leis inglesas, que já dificultam a imigração. É muito difícil até para quem é doutor em alguma universidade local conseguir cidadania britânica, a não ser que se case com um cidadão do país   Conheça o R7 Play e assista a todos os programas da Record na íntegra!  

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A saída do Reino Unido da União Europeia é um acontecimento histórico que desfaz o vínculo formal do país com a entidade. Por outro lado, é apenas o início de uma série de providências e negociações até que a decisão da população em referendo no último dia 23 seja colocada em prática
Repercussões em todos os setores, entre eles o econômico, social, cultural e político farão com que a relação do país com o continente, e com o mundo, entre em uma nova fase. A relação comercial do país com a Europa vem desde 1973, com a entrada no Mercado Comum Europeu
A partir de agora, o processo levará o Reino Unido a ser um ente único, a entrar em uma maratona de negociações com blocos internacionais, perdendo poderio econômico com isso. Pelo Artigo 50 do Tratado de Lisboa, levará pelo menos dois anos até que todos os procedimentos para a saída sejam realizados
Pelo mesmo Artigo 50, sobre regras para a saída de um membro da União Europeia, a decisão da população do Reino Unido precisa ser referendada e colocada em prática após decisão dos outros 27 países que compõem a agremiação
Acordos comerciais e a isenção de tarifas do Reino Unido com o continente europeu serão revistas, segundo Márcio Coimbra, coordenador do MBA de Relações Institucionais do Ibmec/DF. A integração do País não era total, havia acordos pontuais. O Reino Unido já estava de fora da união monetária e do Acordo de Schengen (livre circulação)
— Na verdade a UE é uma união de vários tratados, como camadas de um bolo e cada tratado é uma camada. Eu achava que o Reino Unido ia sair de alguns outros mas não deixaria alguns tratados de comércio, de integração comercial, mas vejo que a raiva dos outros países que ficaram é tão grande que não vão aceitar a manutenção de alguns acordos, nem com um pouco vão ficar
O fim de vários acordos para o país representa um enorme prejuízo, de acordo com informações do brasileiro Roberto Azevedo, diretor-geral da OMC (Organização Mundial de Saúde) à AFP. Ele considera que os exportadores britânicos teriam de desembolsar por ano 5,6 bilhões de libras, o equivalente a R$ 26,2 bilhões
Coimbra ressalta que a tendência é  que todos os tratados de livre comércio que têm a participação do Reino Unido deixem de valer, ao contrário do que pediu o líder do Ukip (Partido de Independência do Reino Unido), Nigel Farage (foto), que chegou a dizer que o Reino Unido seria o melhor amigo do bloco a partir dessa saída
— O Reino Unido provavelmente terá de começar a tratar de livre comércio especificamente com cada país
Ironicamente, teria de negociar inclusive com o bloco europeu, segundo Coimbra, mas possivelmente em bases muito mais desfavoráveis do que as atuais
— Neste caso teria de ser feito um tratado com a própria União Europeia, para negociar com o bloco e acordos com outros países, incluindo o Brasil
Na área agrícola, para o Reino Unido, carente de recursos no setor, a saída até poderá ser benéfica. O país terá possibilidade de realizar acordos para a importação de commodities com o Mercosul, por exemplo, acelerando um processo que para o país estava estagnado devido à resistência de representantes da União Europeia
Países como a França, por exemplo, eram contra a retirada de certas barreiras tarifárias temendo que com isso a produção agrícola interna ficasse prejudicada por uma concorrência vinda do Exterior
Em relação aos vistos de trabalho, muitos europeus de outros países que trabalhavam na Inglaterra como cidadãos locais passarão a ser considerados estrangeiros. Coimbra vê nisso um problema
— Há um enorme contingente de europeus morando no Reino Unido e essas pessoas já estão lá estabelecidas. Ou o país cria um mecanismo de aceite ou outra opção seria criar uma regra de transição para que essas pessoas saiam do Reino Unido. Neste caso será uma perda muito séria porque há muitas pessoas nessa frente que trazem muitos benefícios à economia
Também os cidadãos do Reino Unido que trabalham em outros países irão ser prejudicados, na avaliação do especialista: — Essas pessoas perderão a capacidade legal de viver e trabalhar nestes países da União Europeia e terão de voltar para o Reino Unido
Na área de segurança também haverá alterações. Afinal, a Otan (Tratado da Organização do Atlântico Norte), entidade da qual o Reino Unido continua fazendo parte não tem sido responsável por muitos acordos de atuação em conflitos que envolvem países europeus. Esses têm ficado mais a cargo da União Europeia, conforme ressalta Coimbra
— Depende do mecanismo que os países vão adotar em relação a cada conflito. Do plano de segurança da União Europeia o Reino Unido não participa. De plano da Otan, participa. A Otan não atua em defesa da Europa, atua caso algum de seus membros sejam atacados. Tem sido mais raro ver a Otan atuar, é mais via União Europeia que as ações têm ocorrido
Países vetam voos do Reino Unido após mutação do coronavírus
— A situação dos imigrantes piora porque eles não vão ter respaldo dos outros países europeus. O foro fica muito mais restrito, agora restrito às leis inglesas, que já dificultam a imigração. É muito difícil até para quem é doutor em alguma universidade local conseguir cidadania britânica, a não ser que se case com um cidadão do país   Conheça o R7 Play e assista a todos os programas da Record na íntegra!  

A saída do Reino Unido da União Europeia é um acontecimento histórico que desfaz o vínculo formal do país com a entidade. Por outro lado, é apenas o início de uma série de providências e negociações até que a decisão da população em referendo no último dia 23 seja colocada em prática

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