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Relembre a trajetória de D. Juan Carlos 1º, o "rei da democracia" na Espanha

Após 39 anos no poder, monarca abdicou o trono nesta segunda-feira (2) em favor de seu filho

Internacional|Do R7

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O Rei Juan Carlos, da Espanha, durante uma parada militar em homenagem ao presidente chileno Sebastian Piñera, no Palácio Pardo, em Madri
Juan Carlos de Bourbon e Bourbon nasceu em Roma, em 5 de janeiro de 1938. Em 1948, foi para a Espanha pela primeira vez, onde permanece até hoje.  Em 1962, se casou em Atenas com a princesa Sofia, filha do rei Paulo da Grécia. Da união, vieram três filhos: Elena, Cristina e Felipe, este último herdeiro do trono
Em 1969, o general Francisco Franco nomeou Juan Carlos como sucessor na chefia do Estado. Juan Carlos foi príncipe da Espanha deste ano até 1975, data em que foi proclamado rei, após a morte de Franco   Líderes do mundo destacam contribuição do rei Juan Carlos para a democracia
Ainda que tenha sido indicado pelo próprio ditador Franco como seu sucessor, Juan Carlos surpreendeu: o rei foi o responsável por fazer a transição pacífica do regime franquista para a democracia parlamentar na Espanha.  Ao contrário do que esperavam os nostálgicos de Franco, em pouco tempo, fortaleceu o Estado democrático: legalizou os partidos políticos, designou presidente do governo o centrista Adolfo Suárez, a quem solicitou a organização de eleições, e conseguiu a aprovação por referendo de uma nova Constituição em 1978
Na democracia parlamentar espanhola, o rei é o chefe de Estado, ou seja, é o responsável pela manutenção das instituições nacionais e pela diplomacia do país. O primeiro-ministro, atualmente Mariano Rajoy, é o chefe de governo e quem efetivamente administra o Estado   
Há 33 anos, sua presença na televisão, quase de madrugada, virou o ponto máximo de seu reinado: em 23 de fevereiro de 1981, o jovem monarca com uniforme militar ordenou aos oficiais sublevados que ocupavam o Congresso a retornar para os quartéis.  A tentativa frustrada de golpe de Estado ainda é objeto de estudo e debate por parte dos historiadores, mas Juan Carlos foi considerado, na ocasião, o salvador da frágil democracia espanhola
Ao longo dos anos, a simpatia do chefe de Estado, fã de esportes e discreto na vida privada, valeu o respeito dentro e fora do país
Mas, nos últimos anos, sua imagem não resistiu aos embates da crise econômica que, a partir de 2008, freou subitamente a prosperidade do país e provocou a desconfiança da população a respeito das instituições.   Desde o casamento entre o príncipe herdeiro Felipe em 2004 com Letizia Ortiz — plebeia, jornalista e divorciada —, até a separação em 2007 de sua filha mais velha, a infanta Elena, do marido Jaime de Marichalar, a família real acumulava desgostos
Mas o que rompeu definitivamente o laço entre o monarca e os súditos foi a investigação de corrupção de seu genro Iñaki Urdangarin. O escândalo afetou a filha mais nova do rei, a infanta Cristina, que foi indiciada por supostas fraude fiscal e lavagem de dinheiro no processo contra o marido Suspeita de corrupção abala a família real espanhola
Em 2007, o rei Juan Carlos foi o protagonista de um incidente diplomático muito comentado em toda a mídia mundial.   Durante a Conferência Ibero-Americana deste ano, realizada em Santiago do Chile, o então presidente venezuelano Hugo Chávez interrompia constantemente a resposta de Zapatero, presidente do governo espanhol. Chávez havia chamado Aznar, o antecessor do político espanhol, de fascista, e Zapatero saíra em sua defesa. Juan Carlos, irritado com Chávez, disse ao venezuelano “Porque não te calas?” (porque você não se cala?, em tradução livre). A fala se tornou um fenômeno na internet e gerou uma crise diplomática entre os dois países
O monarca de 76 anos deixou o trono para seu filho Felipe, de 46 anos, que é atualmente o príncipe de Astúrias, para "abrir uma nova etapa de esperança na qual se combinem a experiência adquirida e o impulso de uma nova geração". Felipe assumirá o posto de seu pai com o título de rei Felipe 6º.   O governo espanhol realizará na terça-feira (3) um conselho de ministros extraordinário para aprovar a lei orgânica que, segundo a Constituição espanhola, permitirá a sucessão da Coroa ao príncipe Felipe

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O Rei Juan Carlos, da Espanha, durante uma parada militar em homenagem ao presidente chileno Sebastian Piñera, no Palácio Pardo, em Madri
Juan Carlos de Bourbon e Bourbon nasceu em Roma, em 5 de janeiro de 1938. Em 1948, foi para a Espanha pela primeira vez, onde permanece até hoje.  Em 1962, se casou em Atenas com a princesa Sofia, filha do rei Paulo da Grécia. Da união, vieram três filhos: Elena, Cristina e Felipe, este último herdeiro do trono
Em 1969, o general Francisco Franco nomeou Juan Carlos como sucessor na chefia do Estado. Juan Carlos foi príncipe da Espanha deste ano até 1975, data em que foi proclamado rei, após a morte de Franco   Líderes do mundo destacam contribuição do rei Juan Carlos para a democracia
Ainda que tenha sido indicado pelo próprio ditador Franco como seu sucessor, Juan Carlos surpreendeu: o rei foi o responsável por fazer a transição pacífica do regime franquista para a democracia parlamentar na Espanha.  Ao contrário do que esperavam os nostálgicos de Franco, em pouco tempo, fortaleceu o Estado democrático: legalizou os partidos políticos, designou presidente do governo o centrista Adolfo Suárez, a quem solicitou a organização de eleições, e conseguiu a aprovação por referendo de uma nova Constituição em 1978
Na democracia parlamentar espanhola, o rei é o chefe de Estado, ou seja, é o responsável pela manutenção das instituições nacionais e pela diplomacia do país. O primeiro-ministro, atualmente Mariano Rajoy, é o chefe de governo e quem efetivamente administra o Estado   
Há 33 anos, sua presença na televisão, quase de madrugada, virou o ponto máximo de seu reinado: em 23 de fevereiro de 1981, o jovem monarca com uniforme militar ordenou aos oficiais sublevados que ocupavam o Congresso a retornar para os quartéis.  A tentativa frustrada de golpe de Estado ainda é objeto de estudo e debate por parte dos historiadores, mas Juan Carlos foi considerado, na ocasião, o salvador da frágil democracia espanhola
Ao longo dos anos, a simpatia do chefe de Estado, fã de esportes e discreto na vida privada, valeu o respeito dentro e fora do país
Mas, nos últimos anos, sua imagem não resistiu aos embates da crise econômica que, a partir de 2008, freou subitamente a prosperidade do país e provocou a desconfiança da população a respeito das instituições.   Desde o casamento entre o príncipe herdeiro Felipe em 2004 com Letizia Ortiz — plebeia, jornalista e divorciada —, até a separação em 2007 de sua filha mais velha, a infanta Elena, do marido Jaime de Marichalar, a família real acumulava desgostos
Mas o que rompeu definitivamente o laço entre o monarca e os súditos foi a investigação de corrupção de seu genro Iñaki Urdangarin. O escândalo afetou a filha mais nova do rei, a infanta Cristina, que foi indiciada por supostas fraude fiscal e lavagem de dinheiro no processo contra o marido Suspeita de corrupção abala a família real espanhola
Em 2007, o rei Juan Carlos foi o protagonista de um incidente diplomático muito comentado em toda a mídia mundial.   Durante a Conferência Ibero-Americana deste ano, realizada em Santiago do Chile, o então presidente venezuelano Hugo Chávez interrompia constantemente a resposta de Zapatero, presidente do governo espanhol. Chávez havia chamado Aznar, o antecessor do político espanhol, de fascista, e Zapatero saíra em sua defesa. Juan Carlos, irritado com Chávez, disse ao venezuelano “Porque não te calas?” (porque você não se cala?, em tradução livre). A fala se tornou um fenômeno na internet e gerou uma crise diplomática entre os dois países
O monarca de 76 anos deixou o trono para seu filho Felipe, de 46 anos, que é atualmente o príncipe de Astúrias, para "abrir uma nova etapa de esperança na qual se combinem a experiência adquirida e o impulso de uma nova geração". Felipe assumirá o posto de seu pai com o título de rei Felipe 6º.   O governo espanhol realizará na terça-feira (3) um conselho de ministros extraordinário para aprovar a lei orgânica que, segundo a Constituição espanhola, permitirá a sucessão da Coroa ao príncipe Felipe

Nesta segunda-feira (2), o rei D. Juan Carlos 1º da Espanha abdicou o trono em favor do filho, o príncipe Felipe. Coroado em 22 de novembro de 1975 após a morte do ditador Francisco Franco, Juan Carlos 1º ficou no poder por 39 anos e marcou a história ...

Nesta segunda-feira (2), o rei D. Juan Carlos 1º da Espanha abdicou o trono em favor do filho, o príncipe Felipe. Coroado em 22 de novembro de 1975 após a morte do ditador Francisco Franco, Juan Carlos 1º ficou no poder por 39 anos e marcou a história espanhola por liderar a transição da Espanha para a democracia. Relembre a seguir momentos importantes da carreira do monarca

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