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G20 fecha acordo tímido sobre o clima antes da COP26

Países responsáveis por 80% das emissões de gases poluentes prometem reduzir o uso de carvão, mas sem determinar um prazo

Internacional|Do R7


Cúpula do G20 foi realizada na Itália às vésperas da COP26, que ocorrerá na Escócia
Cúpula do G20 foi realizada na Itália às vésperas da COP26, que ocorrerá na Escócia

Os líderes do G20, responsáveis por 80% das emissões de gases poluentes, fecharam neste domingo (31) em Roma um acordo sobre suas ambições climáticas, pouco antes do início da conferência da ONU sobre o clima em Glasgow.

Os líderes das 20 nações mais desenvolvidas se comprometem a limitar o aquecimento global a 1,5ºC em relação à era pré-industrial e reduzir o uso do carvão, mas não definem uma data precisa para a neutralidade de carbono, segundo o esboço da declaração final consultado pela AFP.

"Estamos orgulhosos desses resultados, mas devemos lembrar que é apenas o começo", comentou, no final da reunião, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, para quem a luta contra as mudanças climáticas é "para o benefício das gerações atuais e futuras".

A pressão sobre os líderes do G20 reunidos em Roma desde sábado, em sua primeira cúpula presencial desde 2019, foi forte. Do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, ao papa Francisco, os apelos por medidas ambiciosas se multiplicaram até o último minuto.

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"Se o G20 era um ensaio geral para a COP26, os líderes mundiais se equivocaram", declarou a diretora-geral do Greenpeace, Jennifer Morgan, para quem os líderes "não estiveram à altura do desafio".

"Não passam de medidas obscuras em vez de ações concretas", comentou à AFP Friederike Röder, da Global Citizen.

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A linguagem usada no rascunho da declaração final é "mais forte" do que no Acordo de Paris de 2015, segundo duas fontes que participaram das negociações. O G20 se compromete a "continuar os esforços para limitar o aquecimento global a 1,5ºC", uma meta que requer "ações e compromissos significativos". 

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Além disso, os países se comprometem a deixar de financiar a construção de novas usinas a carvão no exterior, embora sem especificar nenhuma medida em nível nacional, e defendem o alcance da neutralidade de carbono "até meados do século", formulação mais ampla que a data de 2050 proposta pela Itália. 

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Essa última referência é "muito significativa, considerando a diversidade dos países participantes do G20", relativizou a presidência francesa. 

A China, por exemplo, que emite mais de um quarto dos gases de efeito estufa, quer alcançar a neutralidade de carbono até 2060. 

As 20 nações mais desenvolvidas, incluindo México, Brasil e Argentina, também reafirmam o compromisso, até agora não cumprido, de mobilizar US$ 100 bilhões para os custos de adaptação às mudanças climáticas nos países em desenvolvimento.

"Última e melhor oportunidade"

Agora que os líderes do G20 aprovaram a declaração final, as atenções se voltam à Conferência do Clima da ONU (COP26), cujo presidente, o ministro britânico Alok Sharma, chamou de "última e melhor oportunidade para cumprir o objetivo de +1,5ºC".

A COP, organizada pela ONU, é o encontro anual para debater e definir os compromissos no combate às mudanças climáticas. E o encontro de Glasgow, que vai até 12 de novembro, é ainda mais importante, já que não houve reunião em 2020 em razão da pandemia.

A agenda da conferência ministerial tem quatro grandes temas e é tão complexa que as negociações vão começar ainda hoje, sem esperar pelos grandes discursos dos cerca de 130 chefes de Estado e de Governo, marcados para segunda e terça-feira.

No início do evento, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) advertiu em relatório que os sete anos entre 2015 e 2021 serão provavelmente os mais quentes já registrados e que o clima está entrando em "território desconhecido".

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