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Honduras: governista reconhece derrota na eleição presidencial

A esquerdista Xiomara Castro deverá ser eleita a primeira mulher presidente do país centro-americano

Internacional|

Xiomara Castro recebeu a visita de seu opositor, Nasry Asfura
Xiomara Castro recebeu a visita de seu opositor, Nasry Asfura Xiomara Castro recebeu a visita de seu opositor, Nasry Asfura

O candidato do governista Partido Nacional (PN), Nasry Asfura, reconheceu nesta terça-feira (30) sua derrota nas eleições presidenciais e felicitou a esquerdista Xiomara Castro, que se tornará a primeira mulher a governar Honduras.

"Me reuni com Xiomara e toda sua família. Foi a sua casa para parabenizá-la pessoalmente. A felicito por sua vitória e, como presidente eleita, desejo que Deus lhe ilumine e lhe guie para que sua administração faça o melhor" por Honduras, declarou Asfura, em um vídeo divulgado por sua organização.

Xiomara também recebeu os parabéns do secretário de Estado americano, Antony Blinken, que seguiu de perto as eleições e afirmou que o "povo hondurenho" teve uma eleição "livre e justa".

"Nós os parabenizamos e a presidente eleita Xiomara Castro e esperamos trabalhar juntos para fortalecer as instituições democráticas, promover o crescimento econômico inclusivo e combater a corrupção", declarou Blinken em mensagem no Twitter.

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Apuração lenta

Xiomara, do partido Liberdade e Refundação (Libre), soma 53,41% dos votos. Em segundo lugar, mas longe de Xiomara, está Asfura, do Partido Nacional, com 34,08%, com 52,57% das urnas apuradas.

A apuração avança com lentidão porque as atas que precisam ser incluídas no sistema chegam de forma física, enquanto a primeira metade do total chegou em formato digital, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

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A chegada de Xiomara ao poder colocará fim a uma hegemonia de 12 anos do Partido Nacional e substituirá Juan Orlando Hernández, que termina seu segundo mandato em meio a denúncias de narcotráfico nos Estados Unidos.

Xiomara, esposa do ex-presidente Manuel Zelaya (2006-2009), que foi deposto por uma aliança cívico-militar de direita que rejeitava sua aproximação com a Venezuela de Hugo Chávez, prometeu realizar "um governo de reconciliação".

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O secretário do Partido Nacional, Kilvett Bertrand, disse que, "com a cabeça para a frente e erguida", o PN continuará a "trabalhar muito como oposição para cuidar da democracia" no país.

Violência e politização

Para a missão de observação da União Europeia, as eleições ocorreram de forma tranquila, apesar dos receios anteriores de possíveis confrontos, tendo em vista a possibilidade de uma das partes rejeitar os resultados.

"O dia da votação transcorreu calmamente. Os eleitores compareceram em grande número, mostrando um forte compromisso com a democracia", indicou a missão em seu relatório.

No entanto, as eleições foram caracterizadas “por uma gestão altamente politizada, níveis sem precedentes de violência política e o evidente abuso de recursos do Estado durante a campanha”, segundo Zeljana Zovko, líder da missão.

Ela lembrou que “pelo menos seis prefeitos, candidatos e ativistas foram assassinados nas semanas que antecederam as eleições”. “A distribuição de títulos de ajuda social do Estado aumentou durante a campanha, assim como a pressão dos governantes sobre os funcionários públicos para que fossem às manifestações” do partido no poder, apontou.

A UE, que tinha 78 observadores no local, concluiu que a mídia estatal favorecia abertamente o candidato do governo, enquanto eram evidentes nas redes sociais a desinformação e o conteúdo violento sobre os candidatos.

Nestas eleições gerais, o Libre também conseguiu eleger os prefeitos das duas maiores cidades do país, a capital Tegucigalpa e San Pedro Sula. Os candidatos governistas nessas cidades também já reconheceram suas derrotas.

Ainda falta definir a distribuição do Parlamento, com 128 deputados, mas as projeções indicam que o Libre terá a maioria.

"Cuidado"

Xiomara promove um "socialismo democrático", o que lhe valeu ser acusada de "comunista" por seus adversários. Ela já recebeu os parabéns de Cuba, Venezuela e Nicarágua pela vitória nas eleições.

"Cuidado, eles estão indo por um caminho diferente da democracia. Cuidado, eles estão indo para o lado errado. Cuidado, eles começam a flertar com outras ideologias. O Partido Nacional vai garantir que em Honduras vamos às eleições a cada quatro anos", afirmou Bertrand.

"Não pensem que o Partido Nacional está em baixa", acrescentou, especificando que terão pelo menos 45 parlamentares para fazer oposição no período 2022-2026.

Apesar dos temores, o Conselho Hondurenho de Empresa Privada (Cohep) parabenizou Xiomara e se ofereceu para trabalhar com ela. O próprio Cohep anunciou uma reunião com Castro para discutir "o desenvolvimento econômico, energético e social do país".

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