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Jatos nucleares, submarinos e laboratórios biológicos: como o Reino Unido está se militarizando

Britânicos alertam para ataques cibernéticos e sabotagens atribuídas à Rússia, atividades hostis do Irã e ameaças chinesas

Internacional|Do R7

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Reino Unido também adquiriu 12 novos submarinos de ataque Divulgação/Ministério da Defesa do Reino Unido

O Reino Unido anunciou uma série de medidas para reforçar suas linhas de defesa diante do que considera um aumento significativo nas ameaças globais, capitaneadas por China e Rússia, segundo o Ministério das Relações Exteriores do país. Entre as principais iniciativas estão a compra de caças com capacidade nuclear, a construção de novos submarinos de ataque e o estabelecimento de centros de biossegurança para lidar com possíveis ameaças biológicas.

Durante a cúpula da Otan em Haia, na Holanda, o primeiro-ministro Keir Starmer confirmou a aquisição de 12 caças F-35A. Os jatos, orçados em £80 milhões cada (R$ 604 milhões), são uma variante dos F-35B já utilizados pelo país. Além de armas convencionais, as aeronaves têm capacidade de transportar bombas nucleares gravitacionais americanas do modelo B-61, projetadas para atingir alvos subterrâneos e com potencial de destruição em massa.


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A capacidade de dissuasão marítima do Reino Unido também será reforçada com a aquisição de 12 novos submarinos de ataque. Os novos equipamentos substituirão a classe Astute, composta por sete submarinos, a partir do final de 2030. Os novos modelos serão convencionais e movidos a energia nuclear.

A nova estratégia de defesa do Reino Unido também inclui a criação de centros nacionais de biossegurança. Um investimento de £1 bilhão (R$ 7,5 bilhões) será direcionado para o desenvolvimento desses laboratórios, que terão como objetivo prevenir, detectar e responder a ameaças biológicas, sejam elas acidentais, naturais ou resultado de ataques deliberados.


O plano de segurança nacional foi apresentado em um documento que alerta para o risco de um ataque direto ao território britânico. No prefácio do relatório, o primeiro-ministro estabeleceu a meta de investir 5% do Produto Interno Bruto em segurança até 2035. O compromisso foi endossado pelos demais líderes da Otan na mesma cúpula.

O documento ainda alerta para ataques cibernéticos e sabotagens atribuídas à Rússia, atividades hostis do Irã em solo britânico e o posicionamento de adversários para interromper cadeias de energia e abastecimento. O relatório também convoca a população a adotar o “espírito Blitz”, em referência à mobilização social britânica durante a Segunda Guerra Mundial, e afirma que os próximos anos testarão a resiliência do país.


O Secretário de Defesa, John Healey, afirmou que ninguém espera uma invasão imediata, mas destacou a necessidade de tratar com “seriedade a segurança da nação”. O ministro do Gabinete, Pat McFadden, endossou o posicionamento do governo e declarou no Parlamento que a estratégia visa proteger a segurança interna, promover força no exterior com aliados e aumentar capacidades soberanas em tecnologia, como a inteligência artificial.

Ameaça chinesa?

Pequim também foi mencionada como um dos principais desafios à segurança britânica. O Secretário de Relações Exteriores, David Lammy, apresentou uma espécie de auditoria do relacionamento com a China.


Segundo ele, o governo pretende aumentar a resiliência contra espionagem e interferências chinesas, mas sem romper laços comerciais. Lammy afirmou que a China é uma “ameaça sofisticada e persistente”, mas também o terceiro maior parceiro comercial do Reino Unido.

A oposição conservadora criticou a postura do governo em relação à China. A deputada Priti Patel acusou o governo de buscar apoio econômico chinês para compensar falhas domésticas. Já o ex-líder conservador, Iain Duncan Smith, listou uma série de ações hostis atribuídas à China e questionou se o governo estaria fazendo concessões para agradar Pequim.

Lammy respondeu que não existem “acordos sujos” com a China e garantiu que o Reino Unido não dará garantias especiais sobre a construção de uma nova embaixada chinesa em Londres. Ele também afirmou que o Reino Unido manterá uma política de “realismo progressista”, reconhecendo o poder chinês e buscando um equilíbrio entre segurança e cooperação econômica.

O governo britânico planeja realizar ainda neste ano um exercício intergovernamental de preparação para crises, incluindo cenários como pandemias. O objetivo é testar a capacidade de resposta do país a situações emergenciais de grande escala, integrando agências civis e militares.

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