Jornal sul-coreano acusa governo de Kim Jong-un de matar funcionários
Kim Hyok-chol, supostamente executado, mediou as negociações entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente americano, Donald Trump
Internacional|Do R7, com Agência EFE e Reuters
O governo da Coreia do Norte teria executado o ex-encarregado das negociações para a 2ª cúpula entre seu país e os Estados Unidos e ex-embaixador na Espanha, Kim Hyok-chol, após o fracasso de tal reunião, informou nesta sexta-feira (31) o jornal sul-coreano Chosun.
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Kim Hyok-chol foi supostamente executado por causa da sua responsabilidade no fracasso da reunião realizada entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente americano, Donald Trump, segundo disseram ao citado jornal fontes de Pyongyang, que não quiseram se identificar.
O mesmo jornal afirmou que o governo também puniu outra figura importante no diálogo entre Coreia do Norte e EUA, Kim Yong-chol, enviando-o a um campo de trabalhos forçados e reeducação ideológica.
O escritório da presidência sul-coreana não quis comentar o caso e em entrevista coletiva seu porta-voz, Ko Min-jung, disse que "seria inadequado tirar conclusões precipitadas sobre informações que ainda estão por serem confirmadas".
Os meios de imprensa sul-coreanos, e em particular o jornal Chosun, informaram anteriormente sobre outras aparentes execuções de funcionários de alto escalão norte-coreanos que acabaram sendo falsas, depois que os envolvidos reapareceram em público.
Os meios oficiais do regime de Pyongyang não fizeram nenhuma alusão recente a Kim Hyok-chol nem a Kim Yong-chol, embora na véspera, o jornal norte-coreano "Rodong Sinmun" tenha publicado um artigo onde falava de "traidores que não poderão evitar o severo julgamento da revolução".
Sem mencionar nomes, o jornal oficial do Partido dos Trabalhadores informou que certas pessoas "agiam de uma forma e reverenciavam o Líder na sua presença e sonhavam com outra coisa pelas costas".
A suposta execução de Kim Hyok-chol teria acontecido um mês depois da reunião realizada no final de fevereiro no Vietnã, informou o jornal sul-coreano, que também afirma que foi ordenada diretamente pelo líder "supremo".
Segundo as fontes do Chosun, Kim Jong-un teria, além disso, decidido punir outros funcionários do regime envolvidos nas negociações com os EUA, e inclusive teria afastado temporariamente de suas funções sua irmã e estreita colaboradora em seus encontros com Trump e com outros líderes estrangeiros, Kim Yo-jong.
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Kim Hyok-chol liderou a primeira delegação da Coreia do Norte na Espanha desde que abriu suas portas em Madri em janeiro de 2014 até 2017, quando o Governo espanhol o expulsou em resposta aos testes nucleares e de mísseis de Pyongyang.
O ex-enviado especial do regime não apareceu em outros atos oficiais desde a reunião de Hanói, na qual Coreia do Norte e EUA não foram capazes de fechar um acordo sobre o processo de desnuclearização.
Além disso, nem a irmã do líder norte-coreano nem Kim Yong-chol fizeram parte da comitiva que acompanhou o ditador em sua viagem a Vladivostok (Rússia) no final de abril para se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin.