Kim e Trump se mostram otimistas no início da cúpula em Hanói
Espera-se que o resultado desta cúpula sirva para impulsionar o processo de desnuclearização planejado em Singapura, que quase não teve avanços
Internacional|Da EFE
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciaram nesta quarta-feira (27) em Hanói sua segunda cúpula em um ambiente mais leve e em meio a sinais de otimismo sobre o resultado de uma reunião cujo foco é fazer avançar no diálogo sobre desnuclearização.
O encontro começou no hotel Sofitel Metropole, no centro da capital vietnamita, com Trump e Kim sorridentes e visivelmente relaxados e um aperto de mão de quase dez segundos diante de um fundo de bandeiras americanas e norte-coreanas intercaladas.
Lá, Trump disse que acredita que a cúpula será "um sucesso" e negou ter diminuído suas expectativas sobre o processo de desnuclearização da Coreia do Norte, algo que muitos analistas atribuíram ao seu governo nas últimas semanas.
Após o aperto de mãos, os dois tiveram uma breve reunião de cerca de 20 minutos, na qual Trump destacou que a Coreia do Norte tem um potencial econômico "tremendo, incrível, ilimitado" e prometeu ajudar Pyongyang a aproveitá-lo se as negociações sobre a desnuclearização prosperarem.
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"Desejo ver como isso ocorre e ajudar para que ocorra", acrescentou o presidente americano.
Por sua vez, Kim disse ter "certeza" de que a cúpula "terá um bom resultado" e destacou que ambas as partes conseguiram "superar obstáculos e estar aqui hoje", algo que, segundo ele, requer "muita paciência e esforço".
Kim agradeceu, além disso, a "corajosa decisão" do presidente dos EUA de começar a dialogar com a Coreia do Norte, enquanto Trump afirmou que sua relação com o líder norte-coreano "é realmente boa".
Antes de seguirem para o jantar, Trump voltou a ressaltar seu otimismo, dizendo que espera "um sucesso igual ou maior" ao da primeira cúpula, realizada há oito meses em Singapura.
O jantar, de uma hora e 45 minutos de duração, aconteceu no mesmo hotel em um ambiente aparentemente descontraído e com um ar quase íntimo, em contraste com o nervosismo inicial e o tom sério que caracterizou boa parte da primeira cúpula.
Ambos se sentaram um ao lado do outro - não frente a frente, como no almoço em Singapura - em uma pequena mesa preparada para eles e seus seis acompanhantes.
Ao seu lado jantaram seus respectivos tradutores, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, o chefe de gabinete interino de Casa Branca, Mick Mulvaney, o chanceler norte-coreano, Ri Yong-ho, e o principal responsável de inteligência de Pyongyang, Kim Yong-chol.
Trump destacou que era agradável poder aproveitar um jantar privado, embora tenha dito que certamente seria "muito rápido", pois ambos terão "um dia muito cansativo" pela frente na quinta-feira, para quando estão previstas as reuniões de trabalho.
Por sua vez, Kim afirmou que ambos terão "um diálogo muito interessante" e que espera que isso leve a uma "situação extraordinária".
Ainda não se sabe qual será a agenda de amanhã, mas acredita-se que o formato pode ser similar ao de Singapura, quando ambos se reuniram tanto a sós como acompanhados por seus assessores durante o único dia que durou o encontro.
Espera-se que o resultado desta cúpula sirva para impulsionar o processo de desnuclearização planejado em Singapura, que quase não teve avanços pela falta de um roteiro.
Nesse sentido, acredita-se que a Coreia do Norte pode oferecer um desarmamento parcial centrado no seu complexo nuclear de Yongbyon, onde produz seu combustível para bombas atômicas e o qual Kim já se ofereceu a desmantelar "permanentemente" em troca de "medidas correspondentes" da Casa Branca.
Essas medidas podem passar por um relaxamento de sanções que permita reviver projetos de cooperação econômica entre as duas Coreias, e uma declaração política para acabar com a Guerra da Coreia (1950-53), que terminou com um cessar-fogo e não um tratado de paz.
Ao ser perguntado sobre a possibilidade que ambos os países assinarem alguma declaração de paz bilateral, Trump se limitou a que "já veremos", embora em todo caso não tenha descartado a assinatura de um documento que poderia ajudar a pôr fim à guerra declarada há quase 70 anos.
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