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Lava, cinza e fumaça: erupção de vulcões pode criar tragédia global

Cerca de 600 vulcões estão ativos no mundo atualmente e apesar de toda tecnologia, ainda não é possível prever quando uma explosão irá acontecer

Internacional|Carolina Vilela, do R7*

Kilauea entrou em erupção no início de maio de 2018
Kilauea entrou em erupção no início de maio de 2018 Kilauea entrou em erupção no início de maio de 2018

Vulcões são um dos fenômenos naturais mais fatais do mundo e não é preciso estar próximo de um para sentir os impactos que uma erupção pode causar. Para além da força das explosões, do fogo provocado pela lava, há ainda a liberação de gases tóxicos e o lançamento de cinzas a quilômetros de distância e altura — o que chega a impactar o clima global.

"Explosões vulcânicas, mesmo de um vulcão só, podem causar mudanças climáticas. Podem fazer a temperatura da Terra baixar 1°C ou 2°C", afirmou Rosaly Lopes, gerente de Ciência Planetária da Nasa.

O impacto é severo e as mortes podem ser contadas aos milhões, uma vez que mudanças dramáticas no clima provocam catástrofes naturais e fome. Questionada se os seres humanos sobreviveriam a isso, Rosaly lembrou de um dos episódios mais dramáticos já provocados pela erupção de um vulcão: "Já sobrevivemos. Quando o Tambora (Indonésia) teve a erupção de 1815 a temperatura média abaixou por volta de 1 grau." 

No ano seguinte, conhecido como "o ano sem inverno", milhões morreram no Hemisfério Norte em função do frio extremo e da fome.

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Impacto local e global

Mas o que aconteceria se todos os vulcões do mundo entrassem em erupção ao mesmo tempo?

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Apesar de ser um acontecimento impossível, de acordo com a especialista da Nasa, isso desencadearia um desequilíbrio climático extremo, fazendo com que a temperatura da média da Terra mudasse.

Ainda assim, os impactos são mais localizados. O biólogo André Costa lembra que as erupções atingem o entorno de onde o vulcão se encontra. "Daria problemas mais regionais. O Kilauea, por exemplo, hoje causa problemas no Havaí, o Krakatoa daria problema na Indonésia... É um negócio mais pontual, mas seria um problema gigantesco".

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André é um apaixonado pelo tema e, em 2017, realizou uma expedição ao vulcão Nyiragongo — um dos vulcões mais ativos na África — localizado nas Montanhas Virunga, a 20 quilômetros da cidade de Goma e a 11 quilômetros a oeste da fronteira República Democrática do Congo.

André na cratera do Nyiragongo, na África
André na cratera do Nyiragongo, na África André na cratera do Nyiragongo, na África

A última erupção do Nyiragongo aconteceu em 2012 e destruiu boa parte da periferia da cidade de Goma. André conta que, ainda hoje, é possível sentir o ar do local "carregado de poeira".

"A cidade de Goma é basicamente cinza, porque muitas paredes foram construídas com as rochas magmáticas do vulcão", comentou André Costa.

Na ficção, vulcões causam catástrofes ainda maiores. A superprodução da RecordTV, Apocalipse, mostra nesta quarta-feira (20) a Terra sendo atingida por erupções simultâneas que destroem grande parte do planeta.

Vulcões ativos

Segundo Rosaly Lopes, existem muitos vulcões ativos no mundo e todos os meses pelo menos 20 ou 30 entram em erupção, como por exemplo o Kilauea e o Stromboli, na Itália, que está em atividade desde os tempos do Império Romano.

Os vulcões mais perigosos do mundo são os conhecidos como "explosivos" e podem causar mudanças de clima e erupções catastróficas, como o Taupo, na Nova Zelândia, o Yellowstone, nos EUA e o Vulcão de Fogo, na Guatemala, que entrou em erupção no início de junho e já deixou milhares de mortos.

"Impossivel dizer qual seria o mais perigoso, porque vulcões não tem sempre os mesmos tipos de erupções. Por exemplo, se o Yellowstone entrar em erução de novo, não sabemos se a erupção vai ser enorme ou mais fraca", explica Rosaly.

Já o biólogo André Costa acredita que, por conta do nível de atividade e da proximidade com as pessoas, atualmente, o vulcão mais perigoso é o Kilauea, que no último mês aumentou sensivelmente sua atividade, tirando milhares de casa no Havaí.

Com a tecnologia, os vulcões são constatemente monitorados, mas ainda não é possível prever com precisão quando um deles entrará em erupção. "Temos muitas maneiras agora de saber os perigos de vulcões diferentes, e fazer monitoriamento, mas não podemos dizer com certeza se vai haver uma grande explosão", afirma a especialista da Nasa.

*Estagiária do R7 sob supervisão de Cristina Charão

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