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Líder da campanha da Lei Magnitsky afirma que Moraes está fora dos critérios da norma

William Browder afirmou que lei foi feita para acabar com impunidade contra violadores graves dos direitos humanos

Internacional|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • William Browder critica sanções da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes.
  • Ele alega que Moraes não se enquadra em categorias de violadores de direitos humanos ou cleptocratas.
  • A primeira aplicação da Lei foi contra um cidadão brasileiro, levando a incertezas sobre seu impacto.
  • O STF afirma que continuará sua missão constitucional, ignorando pressões externas relacionadas às sanções.

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William Browder (esq.) afirmou que Moraes não atende aos critérios da lei Reprodução/Redes Sociais/X - @Billbrowder e Ton Molina/STF/09/06/2025

O chefe da campanha global pela aprovação da Lei Magnitsky, Sir William Browder, criticou o uso da norma contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Segundo ele, a legislação foi criada para “acabar com a impunidade contra os abusos graves dos direitos humanos e ‘cleptocratas”.

🔎Cleptocracia refere-se a um regime no qual os governantes exploram suas posições de poder para enriquecer às custas da população


“Passei anos lutando pela aprovação da Lei Magnitsky para acabar com a impunidade de violadores graves dos direitos humanos e ‘cleptocratas’. Pelo que sei, o juiz brasileiro Moraes não se enquadra em nenhuma dessas categorias”, afirmou Browder em uma rede social.

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A declaração foi feita em resposta a uma publicação que classificava como “um momento triste” o uso da lei “puramente por razões de retribuição política”.


Quem é William Browder?

William Browder, CEO de uma empresa de investimentos, foi o maior investidor estrangeiro na Rússia até 2005, quando foi expulso do país por denunciar corrupção em estatais russas.

Em 2008, seu advogado, Sergei Magnitsky, expôs uma fraude de US$ 230 milhões cometida por autoridades russas.


Após testemunhar, foi preso sem julgamento, torturado e morreu na prisão em 2009, sofrendo um ano de maus-tratos. Ele deixou esposa e dois filhos.

Desde então, Browder lidera uma campanha global que busca sancionar violadores de direitos humanos e corruptos com bloqueio de bens e restrições de visto.


A primeira legislação baseada nessa iniciativa foi aprovada nos Estados Unidos em 2012, voltada a cidadãos russos.

Entenda a situação de Moraes

Com a aplicação da Lei Magnitsky pelos Estados Unidos contra Moraes, surgem incertezas sobre o alcance das sanções e os impactos diretos sobre sua vida financeira e institucional.

A Global Magnitsky Act permite sanções a estrangeiros acusados de corrupção ou de graves violações de direitos humanos. A decisão cabe ao presidente norte-americano, por meio da Secretaria do Tesouro.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira (30) pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que acusa Moraes de liderar uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. É a primeira vez que a norma atinge um cidadão brasileiro.

As sanções incluem o bloqueio de bens e contas bancárias em território americano, restrições para operar em dólar e proibição de entrada nos EUA. Contudo, os efeitos podem ir além, envolvendo aspectos menos transparentes da legislação.

O advogado Daniel Toledo, especialista em Direito Internacional, afirma que a medida pode afetar qualquer transação com empresas sediadas nos EUA, incluindo bancos ou operadoras de cartão de crédito em atividade no Brasil.

“Ela alcança todo tipo de movimentação: compra, gestão ou registro de bens, além do uso de serviços vinculados a empresas americanas”, explica.

O que pode acontecer agora?

Caso ocorra descumprimento, instituições financeiras ou empresas vinculadas ao ministro poderão enfrentar multas elevadas, ou ações judiciais.

O advogado Luís Garcia, do MLD Advogados, destaca que o próprio sancionado também pode ser alvo de investigação nos EUA, comprometendo sua posição legal e diplomática.

Apesar da rigidez inicial, o governo americano pode revisar a medida.

Segundo Garcia, “a retirada de sanções é possível por três vias principais: solicitação direta do afetado, decisão judicial mediante apresentação de provas, revisão periódica pelo Departamento do Tesouro ou mudança de orientação com novo governo norte-americano.”

Em resposta oficial, o STF afirmou manterá sua missão constitucional, sem se submeter a pressões externas.

“O julgamento de crimes que impliquem atentado grave à democracia brasileira é atribuição exclusiva da Justiça nacional, exercida de forma independente”, destacou a nota da Corte.

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