Líder da Palestina diz que Israel cometeu '50 Holocaustos' na região e irrita chanceler alemão
Mahmud Abbas comparou ação de palestinos que terminou com a morte de 11 pessoas da comissão de Israel na Olimpíada de 1972 com a situação atual do território
Internacional|Do R7
O chefe de governo alemão, Olaf Scholz, expressou nesta quarta-feira (17) sua irritação com as declarações do presidente palestino Mahmud Abbas em Berlim sobre o Holocausto, que provocaram indignação na Alemanha e em Israel.
Em uma entrevista coletiva conjunta com Scholz nesta terça-feira (16), Abbas, de 87 anos, foi questionado se pediria desculpas pelos palestinos que tomaram reféns durante os Jogos Olímpicos de Munique em 1972, uma ação que terminou com a morte de 11 atletas e integrantes de comissões técnicas de Israel.
Abbas não respondeu de maneira direta, mas comparou o ato com a situação nos territórios palestinos e acusou Israel de ter cometido "50 massacres, 50 Holocaustos" contra os palestinos desde 1947.
"Estou irritado com as declarações ultrajantes feitas pelo presidente palestino Mahmud Abbas", tuitou Scholz.
"Para nós alemães, em particular, qualquer relativização da singularidade do Holocausto é intolerável e inaceitável. Eu condeno qualquer tentativa de negar os crimes do Holocausto".
Scholz também foi criticado por não ter condenado imediatamente as declarações de Abbas durante a entrevista coletiva, que terminou após os comentários do líder palestino.
"Gostaríamos que o esclarecimento [de Scholz] tivesse acontecido de modo mais imediato", escreveu a revista Spiegel.
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Em Jerusalém, o primeiro-ministro de Israel, Yair Lapid, também criticou as declarações de Abbas.
"Mahmud Abbas acusando Israel de ter cometido '50 Holocaustos' enquanto está em território alemão não é apenas uma desgraça moral, mas uma mentira monstruosa", escreveu o primeiro-ministro no Twitter.
"Seis milhões de judeus foram assassinados no Holocausto, incluindo um milhão e meio de crianças judias. A história nunca o perdoará", acrescentou.