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Como uma das cobras mais venenosas do mundo ajuda no combate à poluição

A temida mamba-negra pode absorver poluentes de suas presas, que se acumulam nos tecidos corporais do réptil

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A mamba-negra é uma das cobras mais venenosas do mundo.
  • Seu veneno possui propriedades que podem ajudar na redução da poluição.
  • A pesquisa sobre a mamba-negra abre novas possibilidades para o combate ambiental.
  • Estudar essas cobras pode revelar soluções inovadoras para problemas ecológicos.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Mamba-negra, a cobra mais temida da África, pode ajudar a farejar a poluição Nick Evans/Conservação de Anfíbios e Répteis de KwaZulu-Natal

A mamba-negra, uma das cobras mais venenosas do mundo e a mais rápida e temida da África, pode ser essencial no rastreamento da poluição e, ao mesmo tempo, manter os ecossistemas saudáveis, aponta um novo estudo.

Cobras como as mambas-negras são predadoras de topo, o que significa que se alimentam de vários outros animais, como pássaros e roedores. Os poluentes absorvidos dos alimentos que pássaros e roedores comem acabam se acumulando nos tecidos corporais das mambas-negras.


Pesquisadores da Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, África do Sul, analisaram escamas de cobras vivas removidas de propriedades residenciais, industriais e comerciais e amostras de tecido de mambas que morreram em acidentes de trânsito ou em conflitos humanos.

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A pesquisa mostrou que metais pesados como chumbo, arsênio, cádmio e mercúrio se acumulam nas escamas das mambas-negras (Dendroaspis polylepis). As cobras encontradas em áreas industriais e comerciais apresentavam níveis de metais muito mais elevados do que aquelas encontradas em reservas naturais e espaços verdes.


“Encontramos uma associação clara entre o uso do solo e a exposição a metais pesados em mambas-negras. Cobras que vivem em espaços verdes conectados ao redor da cidade geralmente apresentam concentrações significativamente menores de metais pesados em suas escamas em comparação com aquelas em áreas mais industriais e comerciais”, diz Marc Humphries, químico ambiental da Universidade de Witwatersrand e um dos líderes da pesquisa.

A descoberta destaca o valor de ter espaços verdes conectados ao redor de nossas cidades, pois eles ajudam a proteger a vida selvagem da poluição prejudicial associada ao desenvolvimento urbano.


O estudo, realizado com cobras capturadas em Durban, na África do Sul, foi o primeiro do gênero a examinar o acúmulo de metais pesados em uma espécie de cobra africana. Os resultados permitem que os pesquisadores usem recortes de escamas dessas cobras para medir com precisão os padrões espaciais dos níveis de poluição ambiental, sem causar danos às cobras.

“As mambas-negras são comuns na região de Durban, e indivíduos frequentemente vivem no mesmo refúgio por anos”, afirma o professor e herpetólogo Graham Alexander. “Se o tecido corporal dos indivíduos contiver altos níveis de metais pesados, é um forte sinal de que o ambiente local está ameaçado.”


A mamba-negra habita uma ampla área geográfica na África Subsaariana. Na África do Sul, sua distribuição se limita às regiões costeiras de KwaZulu-Natal e ao nordeste do país

“É compreensível que as pessoas tenham medo das mambas, já que são uma das cobras mais perigosas da África, mas, se as tratarmos corretamente, elas podem ser uma ferramenta valiosa para avaliar os níveis de poluição. As cobras em geral podem desempenhar um papel valioso como biomarcadores da saúde ambiental e, de preferência, devem ser deixadas em paz em seus habitats naturais”, diz Alexander.

O estudo foi publicado na revista científica Environmental Pollution.

Perguntas e respostas

Qual é a importância da mamba-negra no combate à poluição?

 

A mamba-negra, uma das cobras mais venenosas do mundo, pode ser essencial no rastreamento da poluição e na manutenção de ecossistemas saudáveis, conforme aponta um novo estudo.

 

Como a mamba-negra se relaciona com a poluição?

 

As mambas-negras são predadoras de topo e se alimentam de vários animais, como pássaros e roedores. Os poluentes absorvidos desses alimentos se acumulam nos tecidos corporais das cobras.

 

O que foi analisado no estudo realizado pela Universidade de Witwatersrand?

 

Pesquisadores analisaram escamas de cobras vivas e amostras de tecido de mambas que morreram em acidentes ou conflitos humanos. O estudo focou na presença de metais pesados nas escamas das cobras.

 

Quais metais pesados foram encontrados nas mambas-negras?

 

O estudo identificou a presença de metais pesados como chumbo, arsênio, cádmio e mercúrio nas escamas das mambas-negras.

 

Como a localização influencia os níveis de poluentes nas mambas-negras?

 

Cobras encontradas em áreas industriais e comerciais apresentaram níveis de metais muito mais elevados do que aquelas em reservas naturais e espaços verdes.

 

Qual foi a conclusão dos pesquisadores sobre o uso do solo e a exposição a metais pesados?

 

Os pesquisadores encontraram uma associação clara entre o uso do solo e a exposição a metais pesados nas mambas-negras. Cobras em espaços verdes conectados à cidade mostraram concentrações significativamente menores de metais pesados.

 

Qual é a relevância dos espaços verdes nas cidades?

 

A descoberta destaca a importância de ter espaços verdes conectados nas cidades, pois ajudam a proteger a vida selvagem da poluição associada ao desenvolvimento urbano.

 

O que torna este estudo único?

 

Este estudo é o primeiro a examinar o acúmulo de metais pesados em uma espécie de cobra africana, permitindo que os pesquisadores usem escamas para medir os níveis de poluição ambiental sem causar danos às cobras.

 

Qual é a distribuição geográfica da mamba-negra na África do Sul?

 

A mamba-negra habita uma ampla área na África Subsaariana, mas na África do Sul, sua distribuição se limita às regiões costeiras de KwaZulu-Natal e ao nordeste do país.

 

Como as mambas-negras podem ser vistas em relação ao medo que as pessoas têm delas?

 

Embora as mambas sejam temidas por serem perigosas, se tratadas corretamente, podem ser ferramentas valiosas para avaliar os níveis de poluição e desempenhar um papel importante como biomarcadores da saúde ambiental.

 

Onde foi publicado o estudo?

 

O estudo foi publicado na revista científica Environmental Pollution.

 

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