Manifestantes e militares entram em confronto em Pacaraima
Os ânimos na fronteira Brasil-Venezuela estão acirrados desde a última quinta-feira (21). No sábado (21) também houve conflito
Internacional|Beatriz Sanz, do R7, com EFE
Após uma manhã tranquila, militares venezuelanos e manifestantes que se encontram em território brasileiro entraram em confronto na tarde deste domingo (24). Muitos venezuelanos cruzaram a fronteira até a cidade de Pacaraima, em Roraima.
Os militares tentaram dispersar a multidão com o uso de gás lacrimogêneo. Os manifestantes revidaram com paus e pedras. O conflito aconteceu por volta das 14h. Pelo menos uma pessoa ficou ferida.
Há registro de outras pessoas que estavam feridas em Santa Elena do Uairen, na parte venezuelana da fronteira, e que cruzaram a fronteira para receber atendimento no Brasil.
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A Guarda Nacional Bolivariana, que patrulha as fronteiras, não permitiu a entrada da ajuda humanitária enviada por Brasil, Estados Unidos e outros países, no último sábado (23).
Houve mais disputas, tanto na fronteira com a Colômbia, quanto na fronteira com o Brasil. Até a madrugada deste domingo, pelo menos 106 militares desertaram e pediram abrigo no Brasil e na Colômbia.
Reforço policial
Fontes não oficiais disseram à Agência Efe que durante a última madrugada cerca de 50 veículos com agentes policiais chegaram ao posto fronteiriço venezuelano para reforçar a segurança.
Por enquanto, não há nem sinal das duas caminhonetes, carregadas com alimentos e remédios de Brasil e Estados Unidos, que ontem chegaram ao local com a intenção de entrar no país vizinho, sem sucesso.
A fronteira do Brasil com a Venezuela continua fechada pelo terceiro dia seguido, depois que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ordenou seu bloqueio na última quinta-feira, medida também adotou com o lado colombiano.
Essas duas caminhonetes, de placas venezuelanas, como exige o Governo Federal para o transporte da ajuda, estão neste domingo guardadas em um destacamento militar na cidade de Pacaraima, em Roraima.
O Itamaraty fez neste domingo um pedido à comunidade internacional, "sobretudo aos países que ainda não reconheceram o Presidente encarregado Juan Guaidó, a somarem-se ao esforço de libertação da Venezuela, reconhecendo o governo legítimo de Guaidó e exigindo que cesse a violência das forças do regime contra sua própria população".