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'Monte Everest' de lixo da Índia será mais alto que o Taj Mahal até 2020

Aterro perto de Nova Délhi, capital da Índia, já passou de 65 metros de altura e pode superar um dos principais pontos turísticos do país em breve

Internacional|Fábio Fleury, do R7

Caminhão percorre uma das 'estradas' do lixão de Ghazipur, na Índia
Caminhão percorre uma das 'estradas' do lixão de Ghazipur, na Índia

Nos arredores de Nova Délhi, capital da Índia, há uma montanha que não para de crescer. Até o ano que vem, ela deve chegar aos 73 metros de altura e ultrapassar o Taj Mahal, um dos principais pontos turísticos da Índia.

O grande problema é que essa montanha é feita de lixo. O aterro de Ghazipur tem, atualmente, cerca de 65 metros e não para de receber lixo, entre 2.000 e 2.500 toneladas todos os dias.

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Chamada de 'monte Everest' pelos moradores da região, a montanha de lixo indiana está tão grande que em breve deve receber luzes de sinalização para aviação, como as que ficam nos topos de prédios das grandes cidades.


Acima do limite

O aterro de Ghazipur foi aberto em 1984 e deveria ter sido fechado pela prefeitura de Nova Délhi em 2002, quando tinha "apenas" 20 metros de altura. Como o poder público indiano não resolveu o problema, ele continuou crescendo ano a ano.


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Os perigos criados pela montanha de lixo são inúmeros. Para chegar ao topo e permitir que os caminhões descarregassem, foram escavadas verdadeiras estradas nas laterais do lixão. Em 2017, um deslizamento de uma das encostas, causado por fortes chuvas, matou dois moradores que passavam pelo local.

Além disso, o aterro nasceu e cresceu como um lixão normal, em que os resíduos foram simplesmente sendo empilhados, sem nenhum cuidado. Por conta disso, não há uma estrutura e, além dos deslizamentos, isso contribui para que aconteçam incêndios internos e depósitos de gás abaixo da superfície.


Sem falar no chorume que o lixão produz em grandes quantidades e contamina o solo da região.

Poucas alternativas

Depois do acidente de 2017, a prefeitura chegou a fechar o aterro por uma semana e técnicos norte-americanos estiveram no local para estudar alternativas para o lixo. Uma semana depois, no entanto, os caminhões voltaram a despejar suas cargas no local.

O 'Everest' de lixo de Ghazipur visto do espaço
O 'Everest' de lixo de Ghazipur visto do espaço

Com cerca de 21 milhões de habitantes, Nova Délhi conta com Ghazipur e mais dois outros aterros — todos funcionando acima da capacidade operacional há mais de uma década — para dar conta dos mais de 62 milhões de toneladas de lixo produzidos todos os anos. Enquanto não cria novas alternativas, o "Everest" de lixo de Ghazipur não para de crescer.

Ao redor, os moradores sofrem com doenças respiratórias e envenenamento. Há até uma fazenda de produção de leite e laticínios no mesmo bairro. O impacto do aterro para a saúde da população é imensurável, mas o problema da poluição e do lixo em Nova Délhi não será solucionado tão cedo.

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