O mundo registrou em 2024 o maior número de conflitos armados desde o fim da Segunda Guerra Mundial, segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira (11) pelo PRIO (Instituto de Pesquisas de Paz de Oslo). O levantamento aponta 61 guerras em 36 países, um aumento em relação aos 59 confrontos em 34 nações registrados em 2023.De acordo com o estudo, baseado em dados da Universidade de Uppsala, na Suécia, os conflitos envolvendo pelo menos um país resultaram em aproximadamente 129 mil mortes no último ano.Os números fizeram de 2024 o quarto ano mais letal desde o fim da Guerra Fria, atrás apenas de 2021, 2022 e 2023. As guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza foram os principais impulsionadores desse número, com cerca de 76.000 e 26.000 mortes, respectivamente.A África foi o continente mais afetado, com 28 conflitos estatais, quase o dobro do registrado há uma década. A Ásia vem em seguida, com 17 conflitos, seguida por Oriente Médio (10), Europa (3) e Américas (2), com destaque para a violência na Colômbia e no Haiti. O relatório também aponta que mais da metade dos países afetados enfrenta dois ou mais conflitos estatais simultâneos, o que reflete uma crescente complexidade nas crises globais atuais.“Os conflitos não são mais isolados. São multifacetados, transnacionais e cada vez mais difíceis de resolver”, disse Siri Aas Rustad, principal autora do relatório, à agência de notícias France-Presse (AFP).Ela destaca que o cenário global está mais violento e fragmentado do que há uma década, indicando uma mudança estrutural na dinâmica dos conflitos.Além dos conflitos estatais, o relatório registrou 74 episódios de violência entre grupos não estatais, como milícias, gangues e cartéis, uma leve queda em relação aos 80 casos computados em 2023. As Américas lideram em número de mortes nesse tipo de confronto, com cerca de 13.000 vítimas — 74% do total global de 17.500. A violência na região está fortemente associada à atuação de grupos criminosos organizados, como facções armadas e cartéis de drogas.Na África, grupos militantes como o Jama’at Nusrat al-Islam wal-Muslimin (JNIM), que opera em cinco países da África Ocidental, e o Estado Islâmico, ativo em pelo menos 12 nações, contribuem para o aumento da violência.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp