'Não quero isolar os chineses', afirma presidente dos Estados Unidos
Joe Biden disse defender o sucesso da segunda maior economia do mundo, mas cobra que "regras do jogo" sejam seguidas
Internacional|Do R7, com agência internacionais
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou neste domingo (10) que seus esforços para melhorar relacionamento com a China são sinceros. Ele garante que não pretende isolar a segunda maior economia do mundo.
"Quero ver a China tendo sucesso econômico, desde que seguindo as regras do jogo", disse Biden, durante entrevista à imprensa em Hanói, no Vietnã. Em sua fala, ele revela ter se reunido com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, durante cúpula do G20 na Índia.
Biden afirmou ainda que o presidente chinês, Xi Jinping, tem enfrentado dificuldades econômicas atualmente devido a mudanças em sua política. "Não acho que as questões econômicas da China farão com que invadam Taiwan, mas podem reduzir sua capacidade", avalia ele.
O líder norte-americano ressalta ainda que não vai vender materiais que aumentem a capacidade da China na produção de armas. A fala ocorre após o Vietnã ampliar a relação com os EUA para "parceiros estratégicos abrangentes", mesmo patamar da China e da Rússia.
Visita estratégia
Biden desembarcou no Vietnã neste domingo (10) para uma visita de dois dias, na tentativa de reforçar as relações diplomáticas com o país justamente para se contrapor à influência da China na região. Do aeroporto, ele seguiu para o Palácio Presidencial em Hanói, onde a principal autoridade do Vietnã, Nguyen Phu Trong, secretário-geral do Partido Comunista, preparou uma cerimônia de boas-vindas.
Os dois se reunirão mais tarde no escritório do Partido Comunista do Vietnã. Amanhã (11), Biden tem agendada uma reunião bilateral com o primeiro-ministro do Vietnã, Phạm Minh Chinh, com quem participará também em um encontro com empresários. Além disso, está previsto um almoço com o presidente vietnamita, Vo Van Thuong.
Estados Unidos e Vietnã normalizaram as relações diplomáticas em 1994, após um grande esforço para superar as feridas da Guerra do Vietnã (1955-1975), que opôs o governo comunista do norte do Vietnã, apoiado pela União Soviética, ao regime do sul do país, apoiado pelos Estados Unidos.
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Na, Biden busca firmar um acordo que tornará EUA e Vietnã "sócios estratégicos", objetivo no qual Washington trabalha na última década, mas que Hanói ainda não havia aceitado por medo de provocar a China. Este novo capítulo das relações entre EUA e Vietnã ocorre em um momento em que ambos vivem crescentes tensões com a China.
Concretamente, Biden vê a China como o maior competidor dos EUA, enquanto o Vietnã se preocupa com as reivindicações territoriais de Pequim no mar da China Meridional, fundamental para o comércio internacional.