A Coreia do Norte lançou oficialmente um contratorpedeiro de 5.000 toneladas nesta quinta-feira (12), menos de um mês após a primeira tentativa terminar em fracasso. A cerimônia aconteceu no estaleiro de Rajin e contou com a presença do líder do regime Kim Jong-un, segundo informou a Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA).O navio de guerra, batizado como Kang Kon, havia tombado e ficado parcialmente submerso durante seu lançamento no fim de maio, na cidade portuária de Chongjin, no nordeste do país. Após o incidente, Kim ordenou a restauração completa do navio antes da realização de uma importante reunião partidária prevista para o fim de junho.Durante a nova cerimônia, Kim se reuniu com engenheiros, técnicos e trabalhadores envolvidos na construção e na recuperação do contratorpedeiro. A KCNA afirmou que o evento foi organizado para marcar a conclusão da restauração e o início das operações da embarcação.A mídia estatal também informou que Kim aprovou um plano para a construção de outros dois contratorpedeiros do mesmo porte ao longo do próximo ano. A medida faz parte dos esforços do governo norte-coreano para fortalecer sua capacidade naval diante de tensões militares crescentes na região.Após o acidente em Chongjin, o navio foi levado até uma doca seca no estaleiro de Rajin, onde passou por um processo de restauração. Imagens de satélite divulgadas pela empresa Maxar Technologies no dia 8 de junho confirmaram que a embarcação percorreu cerca de 72 quilômetros pela costa até Rajin, zona econômica especial próxima à fronteira com a Rússia. A restauração durou cerca de dez dias, conforme determinação de Kim Jong-un, que tratou o reparo como um objetivo político antes da próxima reunião do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores.O Kang Kon, considerado um dos maiores navios de guerra do país, pertence à nova classe Choe Hyon e teria capacidade para operar mísseis de cruzeiro e balísticos. Durante o lançamento fracassado em 21 de maio, o navio virou de lado e ficou parcialmente submerso. Kim, que estava presente no local, classificou o acidente como um “ato criminoso” e exigiu responsabilização.Na ocasião, a KCNA culpou a “imaturidade do comando” e a “negligência operacional” pelo fracasso. Relatórios indicaram que o trenó de lançamento se desprendeu antes do previsto, danificando o casco e comprometendo o equilíbrio da embarcação. Imagens de satélite mostraram o navio tombado ao lado do cais, coberto por lonas azuis numa tentativa de ocultar os danos.Analistas do centro de estudos 38 North observaram que a Coreia do Norte nunca havia utilizado o método de lançamento lateral adotado em Chongjin. A decisão pode ter sido motivada pela ausência de uma rampa adequada no estaleiro, o que teria contribuído para o acidente. Especialistas avaliam que, apesar do constrangimento, o regime tentou transformar o episódio em demonstração de resiliência e avanço militar.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp