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Noiva de Khashoggi lança livro sobre seu relacionamento com jornalista

Obra mostrará aspectos humanos de Khashoggi e tem como objetivo ajudar a esclarecer o crime. Jornalista foi morto no consulado saudita em Istambul

Internacional|Do R7

Jornalista foi assassinado em outubro de 2018
Jornalista foi assassinado em outubro de 2018

Diversos aspectos dos últimos cinco meses da vida do jornalista saudita Jamal Khashoggi, assassinado por agentes do seu país na capital da Turquia, são contados pela sua noiva, a pesquisadora turca Hatice Cengiz, e reunidos por dois autores turcos em um livro apresentado em Istambul, nesta sexta-feira (8).

"Jamal Khashoggi: His Life, Struggles and Secrets" (Jamal Khashoggi: sua vida, lutas e segredos), é o título da obra, assinada pelos jornalistas Sinan Onus e Mehmet Akif Ersoy. O livro é uma breve biografia de Khashoggi, assassinado por uma equipe saudita em 2 de outubro, dentro do consulado do seu país, quando foi pegar alguns documentos necessários para se casar.

Embora faça um esboço das circunstâncias do assassinato, o relato se concentra principalmente na relação que o casal teve e reconstrói vários diálogos cotidianos dos últimos dias dos dois juntos.

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"Para os jornalistas, as mortes geralmente são apenas números. Queríamos mostrar neste livro o aspecto humano de Khashoggi", resumiu Onus, durante a apresentação da obra na Associação de Imprensa Turco-Árabe.

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Ao mesmo tempo, segundo Hatice, o livro também quer contribuir para esclarecer o crime, "continuar a luta por justiça e direitos" e levar os responsáveis a pagar pelo que fizeram. A pesquisadora disse que sua relação com Khashoggi "era emocional" e dado que se conheceram em maio, apenas cinco meses antes da sua morte, ela só foi "testemunha de uma pequena parte da sua vida".


Os autores disseram que não tiveram acesso aos áudios que supostamente documentam o assassinato e que o governo turco teria dado a vários importantes funcionários estrangeiros, mas não à imprensa.

No ato, Hatice agradeceu ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, por "ter feito tudo o que esteve ao seu alcance" para pressionar politicamente pelo esclarecimento do crime e anunciou que em março viajará para os Estados Unidos para tentar manter aceso o interesse no caso.


Ela também disse ter "esperanças" de que a investigação de Agnes Callamard, a relatora sobre execuções extrajudiciais da Organização das Nações Unidas, que visitou a Turquia no início do mês, de resultados.

Mehmet Akif Ersoy ressaltou, em resposta a uma pergunta da Agência Efe, que o caso de Khashoggi está longe de ser o único.

"Não é o primeiro. A Arábia Saudita já cometeu sequestros de opositores, existe um ir e vir de pequenos aviões privados. Esperamos que o livro sirva para que isso não aconteça mais", disse o jornalista.

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