Ômicron está se espalhando e infectando vacinados, diz OMS
Entidade adverte que variante ainda não pode ser tratada como 'amena' e que ela se propaga em ritmo mais rápido que o da Delta
Internacional|Do R7
A variante Ômicron do coronavírus está se espalhando mais rápido que a variante Delta e causando infecções em pessoas já vacinadas ou que se recuperaram da Covid-19, disse o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira (20).
"Agora há evidências consistentes de que a Ômicron está se espalhando significativamente mais rápido que a variante Delta", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma coletiva de imprensa para jornalistas, realizada na nova sede, em Genebra.
"E é mais provável que as pessoas vacinadas ou recuperadas da Covid-19 possam ser infectadas ou reinfectadas", disse Tedros.
A cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, disse que a variante está evitando com sucesso certas respostas imunológicas, o que significa que as campanhas de reforço que estão sendo lançadas em muitos países devem ser direcionadas a pessoas com sistema imunológico mais fraco.
A Ômicron parece ser melhor em evitar anticorpos gerados por algumas vacinas contra Covid-19, mas existem outras formas de imunidade que podem prevenir infecções e doenças, disseram autoridades da OMS.
"Não acreditamos que todas as vacinas se tornarão completamente ineficazes", disse Swaminathan.
Abdi Mahamud, especialista da OMS, acrescentou: "Embora estejamos vendo uma redução nos anticorpos de neutralização, quase todos os dados mostram que as células T permanecem intactas. É disso que realmente precisamos".
Embora a defesa por anticorpos de alguns esquemas vacinais tenha sido prejudicada, há esperança de que as células T, o segundo pilar de uma resposta imune, possam prevenir casos graves da doença, atacando células humanas infectadas.
Referindo-se a um tratamento para pessoas com a doença, Swaminathan disse: "Claro que há um desafio, muitos dos monoclonais não funcionam com a Ômicron". Ela não entrou em detalhes sobre a questão.
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Mas a equipe da OMS também ofereceu alguma esperança de que 2022 seja o ano em que a pandemia, que já matou mais de 5,6 milhões de pessoas em todo o mundo, termine.
"Esperamos transformar essa doença em uma doença relativamente leve, que é facilmente prevenida, que é facilmente tratada, [...] esperamos poder lidar facilmente com essa doença no futuro", disse Mike Ryan, o principal especialista em emergências da OMS, durante o briefing.
"Se pudermos manter a transmissão do vírus no [patamar] mínimo, poderemos acabar com a pandemia."
No entanto, Tedros também disse que a China, região onde o Sars-CoV-2 foi detectado pela primeira vez, no fim de 2019, tem de fornecer dados e informações relacionadas à sua origem, para ajudar na resposta à doença no futuro.
"Precisamos continuar até sabermos as origens, precisamos nos esforçar mais, porque devemos aprender com o que aconteceu desta vez para [fazer] melhor no futuro", disse Tedros.