ONU aprova cessar-fogo no Iêmen, apesar de ameaça de veto dos EUA
Um enviado especial da ONU deverá acompanhar os primeiros dias da trégua e vistoriar a entrega de ajuda humanitária para os civis
Internacional|Beatriz Sanz, do R7, com Reuters
O Conselho de Segurança da ONU conseguiu chegar a um acordo de cessar-fogo no Iêmen, que deve começar ainda nesta sexta-feira (21).
A partir de agora, os militantes deverão deixar a cidade de Hodeida, onde acontecem os maiores conflitos. Ajuda humanitária também deverá ser entregue aos civis no Iêmen, que continuam a morrer de fome.
Um enviado especial da ONU deverá acompanhar os primeiros dias da trégua e vistoriar a entrega de ajuda humanitária para os civis.
“Estamos felizes que haverá uma parada na guerra. Nós não temos empregos e estamos vivendo com ajuda. Precisamos de ajuda ”, disse o vendedor de peixes Akram Ateeq à Reuters.
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Já o professor Iman Azzi é mais cético: "Estamos felizes com o cessar-fogo, mas estamos preocupados porque os combatentes não vão cumpri-lo".
Obstáculos nas negociações
As negociações, propostas pelo Reino Unido, quase foram por água abaixo depois que os EUA tentaram vetar o acordo no Conselho de Segurança.
No início, os diplomatas dos EUA propuseram um parágrafo no acordo que responsabilizasse o Irã (que apoia os Houthis) pela Guerra.
Os negociadores conseguiram um acordo e inseriram uma frase que exige um responsável, mas sem nenhum culpado direto.
A mídia internacional destacou que essa jogada dos EUA é extremamente incomum, já que o cessar-fogo foi pedido pelo Reino Unido, um aliado de longa data dos EUA.
Por outro lado, a atitude demonstra a aproximação entre EUA e Arábia Saudita, que apoia o governo do Iêmen na guerra.