Polícia pede intervenção do Exército para conter violência na Bolívia
Comando declarou que agentes não estão dispostos a carregar mortos e estão sobrecarregados diante de grupos violentos com "intenção de matar"
Internacional|Da Efe
A policía boliviana pediu nesta segunda-feira (11) a intervenção do Exército nas ruas, ao argumentar que a missão de conter a violência está "insustentável" na atual situação do país.
Um comando policial declarou à imprensa, em La Paz, que os agentes não estão dispostos a carregar "mortos nos ombros" e que estão sobrecarregados diante de grupos violentos com armas de fogo e "intenção de matar".
O coronel José Antonio Barrenechea, comandante departamental da polícia em La Paz, afirmou que os policiais estão há 21 dias mobilizados pela crise no país, desde as eleições de 20 de outubro, "sustentando isto", mas comentou que "não é possível" conter a situação por mais tempo.
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Berranechea, que falou em frente à sede da polícia, rodeado de agentes, pediu a intervenção para que, "conforme a lei manda, possam ser restituídas a paz e a tranquilidade".
"Não vamos permitir que haja um morto sequer no lado da polícia boliviana. A minha responsabilidade é grande. Não quero carregar mortos no ombro. Essas pessoas, e, lamentavelmente, não sei mais do que chamá-las, têm outras intenções. Estão munidas com armas de fogo, com a intenção de matar, o que não podemos permitir. Decidimos pedir o apoio das Forças Armadas", exclamou.
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A policía não pode enfrentar esses grupos armados sozinha com recursos como gás lacrimogêneo, de forma "totalmente desproporcional", lamentou.
A situação na Bolívia se agravou desde o domingo passado, quando o presidente, Evo Morales, anunciou a renúncia ao cargo. Uma onda de saques, incêndios e outros distúrbios tomou conta de boa parte do país.