Por que o FBI está usando detector de mentiras para testar a lealdade dos agentes
Uso do polígrafo ocorre em meio à preocupação da agência com a imagem do atual diretor
Internacional|Do R7

Desde que Kash Patel assumiu a direção do FBI, a agência intensificou o uso de testes de polígrafo com seus agentes. Além das perguntas tradicionais sobre segurança nacional, funcionários passaram a ser questionados se criticaram Patel ou vazaram informações à imprensa.
Segundo pessoas com conhecimento das apurações, dezenas de agentes foram submetidos ao teste. Em ao menos um caso, o FBI utilizou o polígrafo para tentar descobrir quem revelou à imprensa que Patel havia solicitado uma arma de serviço, algo incomum para um diretor que não é agente de campo.
O uso do detector de mentiras ocorre em meio à repressão interna contra vazamentos e à preocupação da cúpula do FBI com a imagem pública do diretor. Ex-funcionários da agência afirmam que a medida é incomum e tem motivação política, com foco em eliminar críticas internas à atual liderança.
Em alguns casos, os testes foram aplicados mesmo após a demissão ou licença de servidores. O ex-agente Michael Feinberg, por exemplo, relatou que foi ameaçado com o polígrafo por manter amizade com Peter Strzok, ex-investigador do caso da interferência russa nas eleições de 2016 e crítico do presidente Donald Trump. Feinberg pediu demissão antes de ser testado.
Desde a posse de Patel e do vice, Dan Bongino, a rotatividade de quadros do FBI aumentou. Cerca de 40% dos chefes regionais deixaram seus cargos por aposentadoria, exoneração ou transferência, segundo levantamento do New York Times com base em fontes internas.
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Embora os tribunais não aceitem o polígrafo como prova, o FBI o utiliza rotineiramente em processos de segurança e apuração disciplinar. Ex-agentes ouvidos pela imprensa afirmam que, neste caso, os testes passaram a ser usados para monitorar a lealdade pessoal dos servidores, o que consideram inadequado.
O FBI não comentou as informações, alegando se tratar de assunto interno. Desde 2023, aliados de Trump vêm reforçando o controle sobre a cúpula do órgão, criticando investigações que envolvem políticos republicanos. A atual gestão também já ameaçou processar veículos de imprensa que publicaram reportagens críticas sobre Patel.
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