Logo R7.com
RecordPlus

Por que os EUA estão reduzindo sua frota de helicópteros militares?

Pressão orçamentária e lições da guerra da Ucrânia explicam cortes em unidades da Força Aérea americana

Internacional|Do R7

  • Google News

LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • O Exército dos EUA está reduzindo sua frota de helicópteros devido a pressões orçamentárias e lições da guerra na Ucrânia.
  • O desenvolvimento de novos helicópteros foi cancelado, com foco na utilização de drones para reconhecimento e ataque.
  • As mudanças incluem a desmobilização de unidades e a retirada de helicópteros mais antigos, mas o transporte de tropas continuará a depender de aeronaves tripuladas.
  • A decisão enfrenta resistência, especialmente em relação às funções de busca e assistência da Guarda Nacional, levantando preocupações sobre riscos estratégicos futuros.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Um UH-60L Black Hawk do Exército dos EUA participa de demonstração de assalto à praia em Miami, em 24 de maio de 2025 Johnny Armstrong/204th Public Affairs Detachment

O Exército dos Estados Unidos decidiu reduzir parte de sua frota de helicópteros como parte de uma reorganização estratégica diante de mudanças no cenário da guerra e limitações orçamentárias. A medida, anunciada nos últimos meses, surpreendeu aviadores e militares que atuam diretamente com as aeronaves.

O corte tem duas principais razões. A primeira é a pressão fiscal, já que a Força Aérea recebeu um dos menores aumentos de orçamento entre os braços armados. A segunda está ligada às lições extraídas da guerra na Ucrânia, onde helicópteros se tornaram alvos fáceis de mísseis terra-ar, enquanto drones de baixo custo assumiram funções de reconhecimento e ataque.


“Praticamente qualquer coisa que voa naquele campo de batalha morre”, afirmou Jeremiah Gertler, analista sênior da Teal Group, consultoria especializada em inteligência e análise de mercado para a indústria aeroespacial e de defesa.

Leia mais

O Exército já havia cancelado o desenvolvimento de um novo helicóptero de ataque e reconhecimento, com o Chefe do Estado-Maior, general Randy George, defendendo que sensores e armamentos acoplados a drones são hoje “mais onipresentes, de maior alcance e mais baratos do que nunca”.


A reorganização prevê a redução de um esquadrão de cavalaria aérea por uma brigada de aviação de combate e a desmobilização de unidades da reserva, além da retirada de modelos mais antigos, como os UH-60 Black Hawk e AH-64 Apache. O Exército não informou o destino final dessas unidades, mas especialistas indicam que a tendência é redirecionar soldados para novas funções.

As mudanças não estão relacionadas a incidentes de segurança, embora a aviação do Exército tenha enfrentado acidentes fatais nos últimos anos. Em janeiro, 67 pessoas morreram após a colisão de um Black Hawk com um voo comercial da American Airlines nos arredores de Washington.


Trabalho sujo e perigoso

O uso de drones já faz parte da rotina de combate. No conflito da Ucrânia, eles são empregados para guiar ataques de artilharia, bloquear comunicações e até lançar pequenas cargas explosivas. Segundo o major-general Clair Gill, da aviação do Exército americano, esses equipamentos devem assumir “o trabalho sujo, chato e perigoso” em operações que não dependem de julgamento humano imediato.

Apesar dos cortes, o transporte de tropas e suprimentos deve continuar a depender de aeronaves tripuladas. O Exército pretende operar o Black Hawk até 2070, mas já avança no desenvolvimento de um substituto, o tiltrotor MV-75, que combina características de avião e helicóptero, semelhante ao Osprey usado por outras forças norte-americanas.


A decisão de reduzir helicópteros da reserva, porém, enfrenta resistência. Essas unidades têm papel importante em missões de busca e assistência em desastres dentro dos Estados Unidos. “Os helicópteros da Guarda Nacional têm papéis estaduais significativos, então é difícil reduzi-los. E porque, francamente, o Congresso tradicionalmente defende a Guarda com mais veemência do que a Reserva”, disse Gertler.

Para muitos militares, a transição é motivo de incerteza. “As pessoas que vêm aqui vivem e respiram pilotando helicópteros do Exército. Dependendo de onde estão em suas carreiras, o sentimento é: bem, o que vou fazer agora?”, afirmou o sargento-mor Nathan Smith, do 5-159º Batalhão de Aviação de Apoio Geral, uma das unidades atingidas pela medida.

Gertler avalia que os cortes trazem riscos estratégicos. “Sempre que se reduz o orçamento militar sem reduzir o número de ameaças, corre-se um risco. O Exército também corre um risco estratégico agora, porque está descobrindo, ao sair de um período muito movimentado nos últimos 20 anos, qual será o seu papel daqui para frente em uma luta mais global e voltada para o Pacífico.”

Perguntas e Respostas

 

Por que o Exército dos Estados Unidos decidiu reduzir sua frota de helicópteros militares?

 

O Exército dos Estados Unidos decidiu reduzir parte de sua frota de helicópteros como parte de uma reorganização estratégica, devido a mudanças no cenário da guerra e limitações orçamentárias.

 

Quais são as principais razões para essa redução?

 

A redução tem duas principais razões: a pressão fiscal, já que a Força Aérea recebeu um dos menores aumentos de orçamento entre os braços armados, e as lições aprendidas com a guerra na Ucrânia, onde helicópteros se tornaram alvos fáceis de mísseis terra-ar.

 

O que especialistas dizem sobre a situação dos helicópteros em combate?

 

Jeremiah Gertler, analista sênior da Teal Group, afirmou que "praticamente qualquer coisa que voa naquele campo de batalha morre". Isso reflete a vulnerabilidade dos helicópteros em situações de combate atuais.

 

Quais mudanças estão sendo implementadas no Exército?

 

A reorganização prevê a redução de um esquadrão de cavalaria aérea e a desmobilização de unidades da reserva, além da retirada de modelos mais antigos, como os UH-60 Black Hawk e AH-64 Apache.

 

Como a aviação do Exército está lidando com acidentes?

 

As mudanças não estão relacionadas a incidentes de segurança, embora a aviação do Exército tenha enfrentado acidentes fatais nos últimos anos, como a colisão de um Black Hawk com um voo comercial da American Airlines que resultou na morte de 67 pessoas.

 

Qual é o papel dos drones nas operações militares atuais?

 

Os drones já fazem parte da rotina de combate, sendo utilizados para guiar ataques de artilharia, bloquear comunicações e lançar pequenas cargas explosivas. O major-general Clair Gill afirmou que esses equipamentos devem assumir "o trabalho sujo, chato e perigoso" em operações que não dependem de julgamento humano imediato.

 

O transporte de tropas e suprimentos continuará a depender de helicópteros?

 

Sim, o transporte de tropas e suprimentos deve continuar a depender de aeronaves tripuladas. O Exército pretende operar o Black Hawk até 2070, enquanto avança no desenvolvimento de um substituto, o tiltrotor MV-75.

 

Quais são as preocupações em relação à redução de helicópteros da reserva?

 

A redução enfrenta resistência, pois essas unidades desempenham papéis importantes em missões de busca e assistência em desastres nos Estados Unidos. Gertler destacou que "os helicópteros da Guarda Nacional têm papéis estaduais significativos, então é difícil reduzi-los".

 

Como os militares estão reagindo a essas mudanças?

 

A transição está gerando incerteza entre os militares. O sargento-mor Nathan Smith expressou a preocupação de que muitos que pilotam helicópteros do Exército estão se perguntando sobre seu futuro profissional.

 

Quais são os riscos estratégicos associados a esses cortes?

 

Gertler avaliou que os cortes trazem riscos estratégicos, pois reduzir o orçamento militar sem diminuir o número de ameaças pode ser arriscado. O Exército está se adaptando a um novo papel em um cenário de combate mais global e voltado para o Pacífico.

 

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp

Últimas


    Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.