Presidente sul-coreano defende que ‘SUS’ local cubra tratamento contra calvície
Proposta que envolve sistema de saúde da Coreia do Sul provocou um grande debate nacional
Internacional|Do R7
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O presidente da Coreia do Sul, Lee Jae Myung, defendeu a possibilidade de o sistema público de saúde bancar tratamentos contra queda de cabelo.
A ideia surgiu em uma reunião oficial nesta semana e, em pouco tempo, saiu dos gabinetes para virar assunto nas redes sociais, nos cafés e, claro, nos espelhos de muita gente.
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Para Lee, tratar a calvície deixou de ser apenas vaidade. Segundo ele, a perda de cabelo virou uma “questão de sobrevivência”, especialmente entre os jovens, em um país onde a aparência pesa. O presidente argumenta que a autoestima, a vida social e até as chances no mercado de trabalho podem ir ralo abaixo junto com os fios.
Hoje, o seguro nacional de saúde, equivalente ao Sistema Único de Saúde da Coreia do Sul, só cobre queda de cabelo quando ela está ligada a doenças ou tratamentos médicos. A famosa calvície hereditária fica de fora. A ministra da Saúde, Jeong Eun-kyeong, lembrou que, oficialmente, perder cabelos não coloca a vida de ninguém em risco. Essa declaração arrancou do presidente a pergunta que acendeu o pavio do debate: afinal, tudo se resume a decidir o que é ou não uma doença?
O questionamento caiu como gasolina nas redes sociais. Teve quem comemorasse, chamando Lee de “melhor presidente da história”, e teve quem criticasse.
O pano de fundo dessa discussão é um país obcecado por padrões estéticos. Dados oficiais mostram que, no ano passado, 240 mil pessoas procuraram hospitais por causa de queda de cabelo, com 40% na casa dos 20 e 30 anos. Em outras palavras, a calvície anda preocupando cedo e em larga escala.
Talvez a grande discussão seja o fato de que o sistema de saúde já estar no vermelho, com um déficit recorde de 11,4 trilhões de won (R$ 42,4 bilhões) no último ano.
Para tentar contornar o problema, o presidente sugeriu que, se a cobertura sair do papel, ela tenha limites. Mesmo assim, entidades médicas torcem o nariz e defendem que o dinheiro público deveria ir primeiro para doenças mais graves. Nas redes, muita gente concorda e lembra de desafios bem maiores, como a alta taxa de suicídio e desigualdades sociais persistentes.
A bandeira da calvície, aliás, não é novidade na carreira de Lee Jae Myung. O assunto já apareceu na campanha presidencial de 2022, que ele perdeu, e voltou agora, fora do roteiro oficial da eleição vencida em 2025. Para analistas, pode ser só um gesto estratégico para conquistar jovens eleitores, especialmente homens. Se vai virar política pública de verdade ou ficar só no discurso, aí é outra história.
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