Putin afirma que não tem 'nada contra' a adesão da Ucrânia à União Europeia
Comissão Europeia recomendou a concessão do status de candidato ao país do Leste Europeu, decisão comemorada por Kiev
Internacional|Do R7
Rússia não tem "nada contra" uma eventual adesão da Ucrânia à União Europeia (UE), garantiu nesta sexta-feira (17) o presidente russo, Vladimir Putin, depois que a Comissão Europeia recomendou a concessão do status de candidato à Ucrânia, em plena ofensiva militar russa. Decisão foi comemorada como "histórica" por Kiev no dia seguinte à visita ao país em guerra dos líderes das três maiores economias do bloco, França, Itália e Alemana.
"Não temos nada contra, aderir a uniões econômicas é uma decisão soberana (...). É um assunto seu, um assunto do povo ucraniano", disse Putin na sessão plenária do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo.
"Ao contrário da Otan, a UE não é uma aliança militar", continuou ele, referindo-se ao pacto de defesa transatlântico liderado pelos Estados Unidos, ao qual Kiev esperava aderir.
"No que diz respeito à integração econômica, a escolha é deles", insistiu Putin, que em 24 de fevereiro ordenou a intervenção militar na Ucrânia, citando a necessidade de defender a minoria de língua russa no leste dos "neonazistas" como define o governo de Kiev.
No entanto, Putin também afirmou que, se a Ucrânia for admitida na UE, "se tornará uma semicolônia" dos países ocidentais. "Esta é a minha opinião", disse.
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Horas antes, a diplomacia russa acusou a UE de manipular a Ucrânia com a perspectiva de adesão.
"Os países ocidentais manipulam há anos essa ideia de algum tipo de participação ucraniana em suas estruturas de integração e, desde então, a Ucrânia foi de mal a pior", disse a porta-voz do ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.