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Comissão Europeia é favorável ao pedido de adesão da Ucrânia

Decisão foi comemorada como histórica por Kiev e por Volodmir Zelenski; Alemanha, França e Itália também expressaram seu apoio

Internacional|Do R7

Ursula von der Leyen anunciou recomendação de dar a Ucrânia o estatuto de candidata à UE
Ursula von der Leyen anunciou recomendação de dar a Ucrânia o estatuto de candidata à UE

A Comissão Europeia recomendou, nesta sexta-feira (17), conceder à Ucrânia o status de candidata à União Europeia, uma decisão comemorada como "histórica" por Kiev no dia seguinte à visita ao país em guerra dos líderes das três maiores economias do bloco.

"A Comissão recomenda ao Conselho, em primeiro lugar, que dê à Ucrânia uma perspectiva europeia e, em segundo lugar, que lhe conceda o estatuto de candidata", anunciou a presidente do Executivo europeu, Ursula von der Leyen.

"Todos sabemos que os ucranianos estão dispostos a morrer para defender suas aspirações europeias. Queremos que vivam conosco, pelo sonho europeu", acrescentou durante uma coletiva de imprensa.

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, reagiu no Twitter dizendo estar "grato a Ursula von der Leyen e a todos os membros da Comissão Europeia por uma decisão histórica".


A opinião de Bruxelas será discutida durante uma cúpula de 23 a 24 de junho. Os líderes dos 27 países-membros da UE terão de aprovar o pedido por unanimidade, antes da abertura de longas negociações para a adesão da Ucrânia.

Na última quinta-feira (16), os líderes de Alemanha, França e Itália expressaram seu apoio à adesão.


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"A Ucrânia faz parte da família europeia", disse o chanceler alemão, Olaf Scholz, durante visita ao país na quinta-feira (16), com o francês Emmanuel Macron e o italiano Mario Draghi, acompanhados do presidente romeno.

"Nós quatro apoiamos o status de candidato imediato à adesão", disse Macron.


O trio chegou nesta manhã a Przemysl, na Polônia, em um trem especial, após sua visita surpresa à Kiev.

Apresentada em fevereiro, a análise expressa da candidatura de Kiev é de rapidez sem precedentes, justificada pela guerra.

Para além dos benefícios políticos e econômicos, a aceitação de sua candidatura tem uma dimensão eminentemente simbólica de pertencimento à "família europeia" que protege seus membros.

Além disso, também levantaria a questão de sua adesão à defesa europeia, enquanto os líderes francês e alemão se comprometeram a continuar seu apoio militar a Kiev.

G7

Depois da cúpula europeia, Zelenski poderá continuar defendendo sua causa na próxima reunião do G7, de 26 a 28 de junho, na Baviera, onde deve fazer sua primeira saída de seu país desde o início da invasão russa no final de fevereiro.

No plano energético, a gestora da rede francesa de transporte de gás GRTgaz anunciou nesta sexta-feira que deixou de receber gás russo por gasoduto desde 15 de junho, com "a interrupção do fluxo físico entre a França e a Alemanha".

A gigante russa Gazprom reduziu consideravelmente suas entregas para países europeus nos últimos dias, em particular para a Alemanha através do gasoduto Nord Stream 1, o que poderia ter causado a interrupção do fornecimento para a França.

Na Itália, a Gazprom entregará apenas 50% do gás solicitado pela Eni nesta sexta, anunciou o grupo italiano, um dia depois das acusações de "mentiras" lançadas por Mario Draghi contra a gigante russa de energia.

No "front" dos combates, as forças ucranianas enfrentam dificuldades no Donbass, a região do leste do país parcialmente controlada por separatistas pró-russos desde 2014.

Nesta sexta-feira, a ONU enfatizou que "a situação humanitária em toda Ucrânia, particularmente no leste do Donbass, é extremamente alarmante e continua a se deteriorar rapidamente".

Segundo a agência humanitária da ONU, a situação é "particularmente preocupante" na cidade de Severodonetsk e arredores.

Os combates estão concentrados há várias semanas em Severodonetsk e Lyssytchansk, duas cidades-chave para o controle do Donbass, submetidas a bombardeios constantes.

Míssil sobre a "Casa da Cultura"

A grande fábrica de produtos químicos Azot, em Severodonetsk, onde cerca de 500 civis se refugiaram junto com militares ucranianos, é impossível de ser esvaziada sem um "cessar-fogo completo", devido aos "bombardeios e combates constantes", disse o governador da cidade, Sergii Gaidai.

Em Lysytchansk, um ataque com mísseis contra a "Casa da Cultura", onde moradores da cidade estavam refugiados, deixou três mortos e sete feridos, informou o serviço de imprensa do presidente ucraniano nesta sexta-feira. Outro civil foi morto no meio da rua em um bombardeio, segundo a mesma fonte.

Um ataque russo nesta manhã em Mykolaiv, no sul da Ucrânia, também deixou pelo menos dois mortos e 20 feridos, segundo um comunicado do governador da região.

O Exército russo também afirmou que pouco menos de 7.000 "mercenários estrangeiros" de 64 países chegaram à Ucrânia desde o início do conflito e que quase 2.000 deles foram mortos.

A Marinha ucraniana anunciou, por sua vez, que destruiu um rebocador russo, o "Vasiliy Bekh". A embarcação transportava armas e munições no Mar Negro para a Ilha das Cobras, que se tornou o símbolo da resistência ucraniana.

A Rússia "já perdeu no plano estratégico" sua guerra na Ucrânia e "nunca assumirá o controle" do país, garantiu nesta sexta-feira o chefe do Estado-Maior britânico, o almirante Tony Radakin.

Segundo ele, "o presidente Putin usou 25% do poder de seu Exército para obter pequenos ganhos territoriais".

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