Rivais políticos lutam por poder no Haiti após morte do presidente
Disputa está entre Ariel Henry, nomeado primeiro-ministro por Jovenel Moise na segunda, e pelo interino Claude Joseph
Internacional|Do R7
Uma disputa por poder está ganhando força no Haiti porque o homem nomeado primeiro-ministro pouco antes do assassinato do presidente do país nesta semana disse que ele — e não o premiê interino — deveria liderar a nação e que está formando um governo para fazê-lo.
Ariel Henry, um neurocirurgião que foi nomeado primeiro-ministro pelo presidente Jovenel Moise na segunda-feira (5), dois dias antes de Moise ser assassinado por um esquadrão de homens armados em sua casa na capital, Porto Príncipe, disse que ele agora era a maior autoridade do Haiti, e não o primeiro-ministro interino Claude Joseph.
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"Após o assassinato do presidente, eu me tornei a maior autoridade legal porque houve um decreto me nomeando", disse Henry à Reuters em entrevista por telefone na sexta-feira (9).
Henry ainda não havia tomado posse para substituir Joseph no momento do assassinato, o que criou confusão sobre quem é o legítimo líder de 11 milhões de pessoas no Haiti, que divide a ilha de Hispaniola com a República Dominicana.
O ministro eleitoral Mathias Pierre afirmou que Joseph continuaria no cargo até a realização de novas eleições presidenciais e legislativas em 26 de setembro.
Henry afirmou que o novo governo que ele está formando, no entanto, criaria um novo conselho eleitoral — porque o anterior era considerado muito partidário — e que esse conselho determinaria uma nova data para as eleições.
A Constituição de 1987 do Haiti estipula que o líder da Suprema Corte deve assumir como presidente interino, mas emendas que não são reconhecidas por todos dizem que seria o primeiro-ministro ou, no último ano do mandato do presidente — como no caso de Moise — o Parlamento deveria eleger um presidente.
Para complicar ainda mais a situação, o líder da Suprema Corte morreu mês passado após contrair covid-19, em meio a um surto de infecções em um dos poucos países do mundo que ainda não começou uma campanha de vacinação.
Também não há um Parlamento eleito porque as eleições legislativas marcadas para o fim de 2019 foram adiadas por distúrbios políticos.