"Ruby" depõe pela 1ª vez no julgamento sobre festas de Berlusconi
Internacional|Do R7
Roma, 17 mai (EFE).- A jovem marroquina Karima el Mahroug, conhecida como "Ruby", testemunhou nesta sexta-feira pela primeira vez no julgamento realizado em Milão contra três pessoas do círculo do ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi por prostituição e indução à prostituição. Este é um dos dois julgamentos que tentam esclarecer se houve incitação à prostituição nas festas que Berlusconi realizava em suas casas. No julgamento foram acusados o assessor de artistas Lele Mora; o diretor de jornalismo do canal de televisão "Rete Quattro" (propriedade de Berlusconi), Emilio Fede, e a ex-conselheira da região da Lombardia, Nicole Minetti. No outro processo, a procuradoria pediu para Berlusconi seis anos de prisão e afastamento vitalício da vida política por suposto abuso de poder, depois que acionou uma delegacia para que libertassem Ruby, e incitação à prostituição de menores, já que Ruby participou dessas festas quando contava apenas 17 anos. A jovem não havia dado seu depoimento em nenhum dos dois processos, já que no julgamento de Berlusconi não foi convocada pela justiça. No depoimento de hoje, Ruby relatou como após conhecer Lele e Emilio foi convidada para alguns jantares na mansão que Berlusconi tem em Arcore, perto de Milão, e explicou aos juízes que nessas festas se apresentou com seu nome falso e que contou que era de origem egípcia e brasileira e tinha 19 anos. A jovem também alegou que foi ela que contou que sua mãe era parente do então presidente egípcio, Hosni Mubarak. Ruby, como já declararam outras jovens no processo, explicou como nos jantares as meninas dançavam de maneira provocante fantasiadas de enfermeiras e freiras. Além disso, relatou como outras jovens usavam máscaras do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ou como Ilda Bocassini, a promotora de Milão que iniciou várias ações judiciais contra o ex-mandatário. "As jovens se aproximavam do presidente Berlusconi de maneira sensual enquanto dançavam, mas nunca houve contato físico", acrescentou a jovem. EFE ccg/tr