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Rússia impõe aplicativo espião em todos os telefones do país, dizem especialistas

Críticos dizem que o aplicativo russo pode ser usado para rastrear usuários; Kremlin rebate e diz que não pratica espionagem

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A Rússia instalará obrigatoriamente o aplicativo Max em todos os novos smartphones a partir de setembro.
  • Especialistas alertam que o Max pode ser utilizado como uma ferramenta de vigilância estatal, coletando dados pessoais dos usuários.
  • O aplicativo pode comprometer a comunicação de ONGs que atuam no resgate de crianças ucranianas e isolar famílias em áreas ocupadas.
  • O Kremlin nega que o Max seja um aplicativo espião e alega que suas permissões são inferiores a de outros mensageiros nacionais.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Aplicativo de mensagens estará em todos os novos smartphones vendidos no país a partir de 1º de setembro Reprodução/X/IntelNet0

A Rússia passará a instalar obrigatoriamente o aplicativo de mensagens Max em todos os novos smartphones vendidos no país a partir de 1º de setembro. A plataforma, criada pela rede social VKontakte sob controle do Kremlin, será pré-instalada também em aparelhos nos territórios ucranianos ocupados. Especialistas afirmam que o Max é, na prática, uma ferramenta de vigilância estatal integrada ao sistema de serviços públicos.

O aplicativo foi aprovado pelo presidente Vladimir Putin em junho e apresentado como alternativa nacional a serviços de países considerados hostis. Em agosto, o WhatsApp foi oficialmente banido após meses de restrições. Anton Gorelkin, coautor do projeto e deputado da Duma, afirmou que o Max substituirá o aplicativo da Meta, classificada na Rússia como organização extremista.


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A coleta de dados é uma das principais preocupações. O Max exige um SIM russo ou bielorrusso para cadastro e solicita informações como localização, contatos, endereço IP, microfone, câmera e arquivos. Sua política de privacidade prevê o compartilhamento desses dados com “parceiros da empresa” e “qualquer governo ou autoridade local”.

Segundo o The Times, críticos alertam que mesmo após a exclusão do aplicativo, um software espião permanece instalado no aparelho, permitindo ao FSB, o serviço secreto russo, monitorar conversas em tempo real.


Mikhail Klimarev, chefe da Sociedade Russa de Proteção à Internet, classificou o Max como uma potencial ferramenta de vigilância em massa. O Moscow Times informou que dados de usuários poderão ser acessados por serviços de segurança, polícia e Ministério do Interior. O sistema foi apelidado de “gulag digital” por opositores, já que amplia o controle estatal sobre cidadãos russos e ucranianos em áreas ocupadas.

O modelo segue o exemplo de Belarus, apontada pela Anistia Internacional como um dos estados de vigilância mais severos do mundo. No país vizinho, o Ministério do Interior têm acesso a conversas privadas e utilizam o sistema russo de escuta telefônica SORM, que intercepta comunicações em tempo real. A combinação do SORM com inspeção profunda no ambiente virtual já permite à Rússia monitorar buscas online e restringir o acesso a sites considerados indesejados.


O impacto do Max preocupa também organizações que atuam no resgate de crianças ucranianas levadas para a Rússia. Segundo dados oficiais de Kiev, 1.509 menores já foram recuperados, mas outros 19.546 permanecem sob controle russo. ONGs como a Save Ukraine utilizam redes sociais e aplicativos de mensagens para manter contato e organizar operações de resgate. O novo sistema ameaça cortar esse canal de comunicação.

Nos territórios ocupados, mais de 500 escolas continuam funcionando sob administração russa. Muitos alunos ainda participam secretamente de aulas online em ucraniano, prática que pode se tornar inviável com a expansão do Max. Famílias que dependem de ligações e mensagens para falar com parentes em áreas não ocupadas pela Rússia também podem ser ainda mais isoladas.


Apesar de o Kremlin apresentar a plataforma como um “mensageiro estatal nacional”, especialistas alertam que sua função principal é reforçar o controle digital do governo.

Autoridades russas chegaram a justificar os frequentes desligamentos de internet no país como medidas de segurança, sugerindo que a população trate as interrupções como uma “desintoxicação digital”. Grupos de monitoramento, no entanto, afirmam que as restrições fazem parte de uma campanha para controlar o que os cidadãos podem ver, dizer e pesquisar online.

A mídia estatal diz que as acusações dos críticos do Kremlin de que o Max é um aplicativo espião são falsas e que ele tem menos permissões para acessar dados do usuário do que os rivais WhatsApp e Telegram.

Perguntas e Respostas

 

Qual é a nova medida da Rússia em relação aos smartphones?

 

A Rússia passará a instalar obrigatoriamente o aplicativo de mensagens Max em todos os novos smartphones vendidos no país a partir de 1º de setembro. O aplicativo será pré-instalado também em aparelhos nos territórios ucranianos ocupados.

 

Quem criou o aplicativo Max e qual é sua finalidade?

 

O aplicativo Max foi criado pela rede social VKontakte, que está sob controle do Kremlin. Ele foi apresentado como uma alternativa nacional a serviços de países considerados hostis, após o banimento oficial do WhatsApp.

 

Quais são as preocupações em relação à coleta de dados pelo Max?

 

Especialistas afirmam que o Max pode ser uma ferramenta de vigilância estatal, exigindo um SIM russo ou bielorrusso para cadastro e solicitando informações como localização, contatos, endereço IP, microfone, câmera e arquivos. Sua política de privacidade prevê o compartilhamento desses dados com "parceiros da empresa" e "qualquer governo ou autoridade local".

 

O que dizem os críticos sobre o aplicativo Max?

 

Críticos alertam que mesmo após a exclusão do aplicativo, um software espião pode permanecer instalado no aparelho, permitindo ao FSB, o serviço secreto russo, monitorar conversas em tempo real. Mikhail Klimarev, chefe da Sociedade Russa de Proteção à Internet, classificou o Max como uma potencial ferramenta de vigilância em massa.

 

Como o sistema Max pode impactar a comunicação e a educação?

 

O sistema Max pode afetar organizações que atuam no resgate de crianças ucranianas, dificultando a comunicação entre ONGs e as famílias. Além disso, mais de 500 escolas nos territórios ocupados ainda funcionam sob administração russa, e muitos alunos participam secretamente de aulas online em ucraniano, o que pode se tornar inviável com a expansão do Max.

 

Qual é a posição do Kremlin sobre as acusações de espionagem?

 

O Kremlin rebate as acusações de que o Max é um aplicativo espião, afirmando que ele tem menos permissões para acessar dados do usuário do que os rivais WhatsApp e Telegram.

 

Como as autoridades russas justificam as interrupções de internet no país?

 

As autoridades russas justificam os frequentes desligamentos de internet como medidas de segurança, sugerindo que a população trate as interrupções como uma "desintoxicação digital". Grupos de monitoramento, no entanto, afirmam que essas restrições fazem parte de uma campanha para controlar o que os cidadãos podem ver, dizer e pesquisar online.

 

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