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‘Último ditador da Europa’ se segura no poder em eleições suspeitas em Belarus

Alexander Lukashenko busca seu sétimo mandato consecutivo em meio a acusações de fraude e repressão

Internacional|Do R7

‘Último ditador da Europa’ se segura no poder em eleições suspeitas em Belarus Divulgação/Governo de Belarus

Os bielorrussos comparecem às urnas neste domingo (26) para as eleições presidenciais, um pleito que ocorre sob fortes críticas de falta de transparência e liberdade.

Alexander Lukashenko, que está no poder há três décadas, busca seu sétimo mandato consecutivo, reafirmando sua posição como um dos líderes autoritários mais duradouros da Europa.

Originalmente previstas para agosto, as eleições foram antecipadas para janeiro, durante o rigoroso inverno no país, para desmotivar manifestações em massa, segundo especialistas ouvidos pela agência de notícias AP.

A ideia, de acordo com eles, é evitar protestos como os que marcaram o pleito de 2020. Naquela ocasião, Lukashenko foi declarado vencedor com 80% dos votos, resultado amplamente contestado por opositores e pela comunidade internacional.


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Desde 2020, o regime intensificou a repressão contra a oposição. Líderes como Sviatlana Tsikhanouskaya, que concorreu à presidência no último pleito, foram exilados, enquanto outros, como seu marido Siarhei Tsikhanouski, permanecem presos.

Atualmente, mais de 1.300 prisioneiros políticos estão detidos, segundo o Centro de Direitos Humanos Viasna, sediado na própria Belarus.


A eliminação de partidos políticos independentes e o fechamento de mais de 1.800 organizações da sociedade civil reforçam o controle do governo sobre a população.

A principal agência de segurança bielorrussa manteve seu temível nome da era soviética, KGB, enquanto o país ainda é o único na Europa a manter a pena de morte, com execuções realizadas com um tiro na nuca.


Relação com a Rússia e impactos internacionais

A dependência de Belarus em relação à Rússia tem sido um fator-chave para a manutenção do regime de Lukashenko.

Em dezembro de 2024, os dois países firmaram um tratado de segurança que inclui a presença de armas nucleares russas em solo bielorrusso, elevando as tensões com a Otan e aliados ocidentais.

O Parlamento Europeu declarou na quarta-feira (22) que não reconhecerá os resultados desta eleição, enquanto opositores exilados pedem sanções adicionais e a responsabilização de Lukashenko por violações de direitos humanos.

“Ao reiterar seu não reconhecimento do senhor Lukashenko como presidente e sua posição de que todo o regime bielorrusso é ilegítimo, os eurodeputados expressam seu apoio inabalável ao povo bielorrusso em sua busca por democracia, liberdade e direitos humanos”, disse o Parlamento em comunicado.

Economia como instrumento político

Apesar da repressão, o governo atual utiliza a estabilidade econômica como ferramenta de consolidação do poder. A economia da Belarus cresceu 4% em 2024, impulsionada por subsídios russos.

O aumento de salários e pensões para trabalhadores estatais fortaleceu a base de apoio ao regime. No entanto, a dependência econômica da Rússia pode se tornar um problema à medida que a economia de Vladimir Putin enfrenta desafios.

Candidatos e perspectivas para o futuro

A eleição de 2025 conta com cinco candidatos, incluindo Lukashenko. No entanto, nenhum dos adversários representa uma verdadeira oposição ao atual líder, segundo o jornal independente russo The Moscow Times.

Sem a presença de observadores internacionais, como a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), a transparência do pleito é questionada.

Sviatlana Tsikhanouskaya, em nome da oposição exilada, exortou os bielorrussos a protestar simbolicamente votando contra todos os candidatos que concorrem pela presidência.

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