Sábado começa com a expectativa pela repatriação de brasileiros na Faixa de Gaza
Grupo recebeu autorização para atravessar para o Egito pela passagem de Rafah e aguarda autorização para retornar ao Brasil
Internacional|Do R7
O dia deste sábado (11) começa com a expectativa de repatriação dos 34 brasileiros e seus familiares que estão presos na na Faixa de Gaza, após vários dias de espera. Na sexta-feira (10), o grupo recebeu autorização para atravessar para o Egito pela passagem de Rafah, mas a fronteira foi fechada antes que eles pudessem passar para o outro lado. Agora, eles aguardam liberação para retornar ao Brasil. Nas redes sociais, o palestino-brasileiro Hasan Rabee comemorou a vitória — um passo à frente rumo ao destino final.
"Grande vitória hoje que chegamos até aqui hoje", escreveu Rabee em post publicado na sexta-feira. "Agradeço ao Governo do Brasil pelo trabalho e ao presidente Lula pelo trabalho dele e de seus ministros e embaixadores."
Agora, o palestino-brasileiro tem esperança de retornar ao Brasil. "Não deu para a gente sair hoje, mas tenho fé que amanhã, talvez, podemos sair, ou depois de amanhã."
O grupo de 34 brasileiros e seus familiares integra a sétima lista de estrangeiros que haviam sido autorizados a deixar Gaza na sexta. Do total, 22 têm dupla nacionalidade brasileira-palestina, nove são palestinos e dois são de outros países. Quinze integrantes são menores de idade, sendo três deles bebês e seis crianças.
A retirada de pessoas de outras nacionalidades de Gaza faz parte de um acordo entre Israel, Egito e o Hamas, negociado pelo Catar e coordenado pelos Estados Unidos. O grupo que foi autorizado a sair na sexta-feira faz parte de uma relação com quase 600 nomes de cidadãos de 15 países, incluindo Estados Unidos, Canadá, Índia, China, Polônia e outros.
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O primeiro grupo de estrangeiros foi autorizado a sair de Gaza no dia 1º de novembro, e, desde então, as autoridades divulgaram seis listas em que não constavam brasileiros. À medida que as listas foram saindo, brasileiros que aguardavam autorização relataram desespero diante da espera para deixar Gaza.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, chegou a afirmar que o chanceler de Israel havia garantido que a lista com o nome de brasileiros seria publicada até quarta-feira (8). Porém, a promessa não se cumpriu, causando ainda mais frustração.
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A repatriação dos brasileiros é urgente, uma vez que, na fronteira com a Faixa de Gaza, essas pessoas correm risco iminente de morrer. O território palestino enfrenta bombardeios israelenses contínuos desde o início da guerra, que, até a noite de sexta-feira, haviam deixado mais de 11 mil mortos na região.
Gaza também está carente de produtos básicos, como água, comida, medicamentos, energia elétrica e combustível. Isso porque, no último dia 9 de outubro, Israel decretou um cerco total ao território palestino, na tentativa de fazer pressão pela devolução dos reféns.
Centenas de caminhões com ajuda humanitária entraram em Gaza pela passagem fronteiriça de Rafah nas últimas semanas. Apesar disso, Israel impediu a entrega de combustível no território palestino, alegando que isso poderia beneficiar o Hamas.
A escassez de combustível já levou ao fechamento de vários hospitais, entre eles a única unidade oncológica do território palestino. A falta de combustível também coloca em risco a vida de ao menos 120 bebês prematuros que estão em incubadoras.