O Ministério da Defesa de Taiwan divulgou nesta terça-feira (18) imagens raras de navios, aviões e drones militares da China captadas na segunda (17), em um momento de crescente tensão na região.Os registros, que incluem vídeos e fotos publicados nas redes sociais, mostram detalhes de embarcações como a fragata Jingzhou 532, a corveta tipo 056A 616 e o destróier Guilin 164 tipo 052D, pertencentes à Marinha da China. A divulgação ocorre após uma mobilização militar chinesa considerada “anormalmente grande” entre domingo (16) e segunda-feira, quando 59 aeronaves e embarcações foram detectadas por Taiwan, das quais 43 dentro da zona de identificação de defesa taiwanesa.Segundo o Ministério da Defesa de Taiwan, a ilha respondeu ao avanço chinês mobilizando aeronaves, navios da marinha e sistemas de mísseis antinavio costeiros, embora nenhum confronto tenha sido relatado. O ministro da Defesa, Wellington Koo, classificou os exercícios como mais uma prova de que a China ameaça a paz na região, em declaração feita a legisladores nesta terça-feira, segundo a agência de notícias AP.A China, por sua vez, justificou as manobras como uma “resposta resoluta” a ações recentes de Taiwan e dos Estados Unidos, país que Pequim acusa de promover a independência da ilha. Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, afirmou na segunda-feira que os exercícios são “medidas necessárias, legais e justificadas” para defender a soberania nacional. Ele criticou os EUA por removerem do site do Departamento de Estado referências ao princípio de “uma só China” e ao não apoio à independência de Taiwan, o que, segundo Mao, envia “sinais errados” a forças separatistas.A escalada também foi impulsionada por declarações do presidente taiwanês, Lai Ching-te, que na semana passada chamou a China de “força hostil estrangeira”. Lai anunciou medidas mais duras para conter a influência chinesa na ilha.O Estreito de Taiwan, um dos principais corredores marítimos para o comércio global, é palco frequente de demonstrações de força por parte da China, que reivindica soberania sobre a ilha desde a separação dos territórios, em 1949, após a guerra civil. Apesar de não interferir na navegação civil, Pequim se opõe rotineiramente às operações navais de países como os EUA na região. No sábado (15), a China rebateu críticas do G7, que acusou o país de ações “ilícitas e provocativas” que ameaçam a segurança marítima e o status quo regional.Segundo a AP, os exercícios chineses, realizados quase diariamente, buscam desgastar as defesas e o moral de Taiwan, onde a maioria dos 23 milhões de habitantes rejeita as ambições de Pequim.