Trump diz que pandemia é pior que Pearl Harbor e 11 de Setembro
Presidente dos EUA compara crise do coronavírus a dois dias importantes da história norte-americana, mas que tiveram muito menos mortes
Internacional|Fábio Fleury, do R7
Com mais de 1,2 milhão de casos confirmados e mais de 71 mil mortos, os EUA são, de longe, o país mais atingido pela pandemia do novo coronavírus. Para o presidente do país, Donald Trump, a crise atual é pior do que alguns dos dias mais dramáticos da história norte-americana, como o ataque terrorista ao World Trade Center, em 2001, ou o ataque japonês contra a base de Pearl Harbor, em 1941.
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Trump fez essa afirmação, segundo a imprensa norte-americana, durante um evento na Casa Branca para homenagear enfermeiros e enfermeiras do país, nesta quarta-feira (6). Durante o encontro, o presidente mencionou a crise de saúde nos mesmos termos que falaria de uma guerra.
"Esse é realmente o pior ataque que nós já sofremos. Isto é pior que Pearl Harbor. Isto é pior que o World Trade Center. Nunca houve um ataque como este", disse Trump na reunião.
Números históricos
De fato, os números da covid-19 no país são imensamente maiores que os episódios mencionados pelo presidente.
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O ataque do Japão contra a base de Pearl Harbor, no Havaí, em 7 de dezembro de 1941, terminou com alguns navios afundados, cerca de 200 caças destruídos e cerca de 2,3 mil mortos e 1,1 mil feridos. Foi o episódio decisivo para a entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial.
Já os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e o Pentágono, em Washington, deixaram pouco menos de 3 mil mortos e cerca de 25 mil feridos. No início de abril, já havia mais mortos na cidade de Nova York do que após o atentado promovido pela al-Qaeda.
O número de mortos até o momento por covid-19 nos EUA superam também o total de soldados norte-americanos que morreram durante os 16 anos da Guerra do Vietnã, cerca de 58 mil.
Apenas a gripe espanhola teve mais vítimas entre os norte-americanos nos últimos 110 anos. Entre 2018 e 2019, a doença matou cerca de 675 mil pessoas nos EUA.
Mudança de rumos
Tamanha mortalidade levou Trump a mudar, mais uma vez, seus planos para a reabertura da economia do país. Na terça, ele havia anunciado que reduziria a força-tarefa dedicada à pandemia e criaria uma nova, cuja tarefa seria coordenar a retomada das atividades econômicas.
Em um dia, ele mudou de ideia. "Eu não tinha ideia do quanto essa força-tarefa é importante até que comecei a falar em reduzi-la. Recebi ligações de pessoas que eu respeito muito. Me disseram que estão fazendo um excelente trabalho e que seria melhor deixá-la funcionando", disse o presidente.