John “Paddy” Hemingway, o último veterano da Batalha da Grã-Bretanha, morreu nesta segunda-feira (17), aos 105 anos, em uma casa de repouso em Dublin. A informação foi confirmada por seu filho, Brian Hemingway, ao tabloide britânico Daily Mail.Hemingway foi um dos pilotos que participaram da defesa do Reino Unido contra a Alemanha nazista em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial. Ao longo da guerra, foi abatido quatro vezes, sobreviveu a um acidente de avião e escapou de ser capturado ao final da guerra, em abril de 1945, atravessando as linhas inimigas disfarçado como camponês italiano.O ex-piloto serviu na Real Força Aérea Britânica (RAF) do início ao fim da Segunda Guerra e se aposentou em 1974 como capitão de grupo. Durante a guerra, pilotou os aviões Hurricane e Spitfire, utilizados na defesa britânica. “Mantenha-se ocupado entre os bombardeiros inimigos, atire em tantos alvos quanto possível e não espere para confirmar resultados”, dizia sobre o combate.Nascido na Irlanda, Hemingway creditava sua longevidade à “sorte irlandesa”. Sua morte no Dia de São Patrício reforça essa coincidência. Ele se considerava apenas um aviador fazendo seu trabalho e costumava minimizar sua própria importância na guerra.Em 2019, uma equipe de historiadores recuperou os destroços do Hurricane que Hemingway pilotava em agosto de 1940, quando foi abatido. O botão de disparo da aeronave ainda estava na posição “fire” (atirar).Homenagens ao veterano já começaram a ser prestadas. Uma nova estátua de Hemingway será inaugurada no Kent Battle of Britain Museum no próximo mês. Além disso, um serviço memorial será realizado em homenagem a ele e aos 2.927 aviadores que participaram da batalha.Com a morte de Hemingway, encerra-se um capítulo histórico da Segunda Guerra Mundial. O veterano era o último dos “The Few”, grupo celebrado por Winston Churchill em discurso icônico: “Nunca, no campo do conflito humano, tantos deveram tanto a tão poucos”.