Venezuelana enfrenta Chávez e Maduro e vira símbolo da oposição; conheça
Figura central da oposição venezuelana, María Corina Machado desafia décadas de chavismo e se mantém como símbolo da resistência democrática no país
Internacional|Do R7
Nesta quinta-feira, 9, María Corina Machado foi libertada após ser detida ao sair de um protesto contra o presidente Nicolás Maduro em Caracas, na Venezuela. A política vinha enfrentando ameaças de prisão desde as recentes eleições no país.
Conhecida por suas posições conservadoras, Corina, de 57 anos, nasceu em Caracas e é formada em engenharia industrial. Apesar da formação, construiu sua carreira como professora e política. Em 2024, tornou-se a grande vencedora das prévias da oposição, conquistando mais de 90% do apoio e se consolidando como favorita para derrotar Maduro.
No entanto, uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça, alinhado ao governo, declarou-a inelegível para cargos públicos por 15 anos. Mesmo impossibilitada de concorrer, Machado desempenhou um papel essencial na promoção de Edmundo González, candidato da coalizão de oposição.
Apesar das expectativas, Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato de seis anos após as eleições de junho de 2024. O processo eleitoral foi marcado por controvérsias, incluindo a ausência de transparência na apuração, contrariando normas legais.
Trajetória de resistência
María Corina Machado é considerada um dos maiores símbolos da resistência ao chavismo. Filha de um magnata do setor siderúrgico, começou a desafiar o regime em 2004, ao cofundar a organização não governamental Súmate, que liderou um referendo para destituir o então presidente Hugo Chávez. Apesar do fracasso da iniciativa, sua atuação rendeu acusações de conspiração por parte do governo.
Em 2005, Machado ganhou notoriedade internacional ao se reunir com o presidente norte-americano George W. Bush no Salão Oval da Casa Branca. O encontro gerou fortes críticas do governo venezuelano, que via Bush como inimigo político.
Seu envolvimento formal na política teve início em 2010, quando foi eleita para a Assembleia Nacional com votação recorde. Durante seu mandato, enfrentou diretamente Hugo Chávez, chamando suas expropriações de empresas de “roubo”. Chávez respondeu com sarcasmo: “Uma águia não caça uma mosca”.
Dois anos depois, disputou as primárias presidenciais da Mesa de Unidade Democrática, terminando em terceiro lugar. Entre 2011 e 2014, atuou como deputada na Assembleia Nacional, sendo uma das principais figuras da oposição ao chavismo. Seu mandato foi cassado em 2014, ano em que liderou protestos contra o governo de Nicolás Maduro.