Zelenski acusa Putin de querer usar trégua de Natal 'como fachada'
Presidente da Ucrânia acredita que Rússia reposicionará tropas e equipamentos no front de batalha em período de 36 horas
Internacional|Do R7
O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, acusou a Rússia nesta quinta-feira (5) de querer "usar o Natal como fachada" para impedir o avanço do Exército ucraniano na região do Donbass e levar equipamentos e munições para o front.
Zelenski respondeu assim ao presidente russo, Vladimir Putin, que ordenou nesta quinta um cessar-fogo de 36 horas a partir do meio-dia de sexta-feira (6), após um apelo do patriarca da Igreja Ortodoxa russa, Kirill, para que fosse estabelecida uma trégua de Natal, que os crentes ortodoxos celebram em 7 de janeiro.
"Agora querem usar o Natal como fachada para deter, pelo menos brevemente, o avanço de nossos rapazes em Donbass e trazer equipamentos, munições e homens mobilizados para mais perto de nossas posições. O que isso trará? Apenas mais um aumento no número de mortos", denunciou Zelenski, no habitual discurso noturno.
Nesse sentido, comentou que "todo mundo sabe como o Kremlin usa as paralisações na guerra para continuar a guerra com vigor renovado".
"Para acabar com a guerra mais rápido, isso não é o que é necessário. O que é necessário é que os cidadãos da Rússia encontrem a coragem de se libertar de seu vergonhoso medo de um homem no Kremlin, pelo menos durante 36 horas, pelo menos no Natal", acrescentou.
Zelenski também lembrou que a Fórmula da Paz da Ucrânia foi apresentada em 15 de novembro e que um dos pontos prevê a retirada das tropas de ocupação russas do território ucraniano.
"Esta é uma maneira garantida e confiável de cessar o fogo, deter as baixas e a guerra em geral", declarou, enfatizando que a Rússia já perdeu "quase 110 mil" soldados mortos nesta guerra, iniciada em 24 de fevereiro do ano passado.
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"Aqueles que continuaram o terror contra nosso país e enviaram todas aquelas pessoas para o massacre, rejeitando nossas ofertas para impedir a agressão russa, certamente não valorizam a vida e definitivamente não buscam a paz", lamentou.
Por fim, o presidente ucraniano sentenciou diante da proposta de Putin que "a guerra terminará quando seus soldados partirem ou nós os expulsarmos".