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Zelenski acusa Rússia de bombardear estação de trem na Ucrânia e diz que há 22 mortos

Presidente ucraniano disse que cinco pessoas foram incineradas em um vagão e um menino de 11 anos está entre os mortos

Internacional|Do R7

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, e sua esposa, Olena, em Kiev
O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, e sua esposa, Olena, em Kiev

Nesta quarta-feira (24), o presidente ucraniano Volodmir Zelenski acusou a Rússia de bombardear uma estação de trem no centro da Ucrânia. O ataque, segundo ele, resultou na morte de 22 pessoas.

O presidente ainda prometeu que seu país lutará "até o fim", sem fazer nenhuma concessão ou compromisso, em uma mensagem pelo Dia da Independência ucraniana, que coincide com a data em que a guerra completa seis meses.

"A estação de Chaplino [na região de Dnipropetrovsk] é nossa dor hoje. Neste momento, são 22 mortos, incluindo 5 pessoas que foram incineradas em um vagão. Um menino morreu, ele tinha 11 anos. Um foguete russo destruiu sua casa", disse Zelenski em seu discurso diário, revisando um balanço anterior, que contabilizava 15 mortos.

A Embaixada dos Estados Unidos em Kiev advertiu nesta terça-feira (23) que a Rússia pretendia intensificar os bombardeios "nos próximos dias" e pediu aos cidadãos americanos que deixassem a Ucrânia.


Os ucranianos se mantêm "firmes há seis meses", afirmou Zelenski. "É difícil, mas cerramos os punhos e estamos lutando pelo nosso destino", acrescentou.

"Para nós, a Ucrânia é toda a Ucrânia. Todas as 25 regiões, sem concessões ou compromissos", proclamou o presidente, que prometeu recuperar a bacia do Donbass (leste), onde as tropas russas avançam com o apoio de grupos separatistas, e a península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014.


Nas primeiras horas da celebração do Dia da Independência, cidades como Kharkiv (nordeste) e Zaporizhzhia e Dnipro (centro) foram atingidas por explosões, informaram as autoridades locais.

Desde o recuo das forças russas dos arredores de Kiev, no fim de março, os principais combates se concentram no leste da Ucrânia, onde Moscou avançou lentamente até chegar a uma fase de estagnação, e no sul, onde as tropas ucranianas anunciaram uma lenta contraofensiva.


"Referendos falsos"

A Rússia invadiu a Ucrânia alegando, entre outras coisas, a necessidade de defender as autoproclamadas repúblicas separatistas pró-Moscou do Donbass.

O Kremlin busca agora sacramentar suas conquistas politicamente organizando "referendos falsos", disse o porta-voz da Casa Branca para assuntos de segurança dos Estados Unidos, John Kirby.

Mas "qualquer tentativa de controlar um território soberano da Ucrânia será considerada ilegítima", completou.

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As primeiras consultas devem ser realizadas em Kherson (sul) e Kharkiv, a fim de anexar as duas cidades aos territórios separatistas de Donetsk e Lugansk, ambos no Donbass, segundo a inteligência americana.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou uma nova alocação de ajuda militar à Ucrânia, no valor de 3 bilhões de dólares, a maior concedida até agora.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson fez uma visita-surpresa a Kiev, onde anunciou um pacote de ajuda de 64 milhões de dólares, incluindo o envio de 2.000 drones de última geração.

"Chantagem nuclear"

O secretário-geral da ONU, António Guterres, reiterou sua "profunda preocupação" com as atividades militares ao redor da central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia (sul), ocupada por tropas russas, que sofreu vários bombardeios que russos e ucranianos atribuem ao outro lado. "Qualquer nova escalada da situação poderia levar à autodestruição", alertou.

Zelenski afirmou ao Conselho de Segurança da ONU que a Rússia "deveria parar incondicionalmente toda chantagem nuclear" e "retirar-se completamente" da central.

Depois de seis meses de guerra que provocaram milhares de mortes, milhões de deslocados e grande destruição, "celebrar" não é a palavra ideal para o Dia da Independência na Ucrânia.

As autoridades de Kiev proibiram qualquer evento público de segunda até esta quinta-feira (25) na capital. O governador da região de Kharkiv ordenou um toque de recolher da noite de terça-feira até a manhã de quinta-feira.

Em Lviv (oeste), uma partida de futebol válida pelo Campeonato Ucraniano durou quatro horas e 27 minutos (em vez de uma hora e meia), devido a interrupções provocadas por sirenes de alerta de bombardeio.

Em Mikolaiv, uma cidade do sul que é fundamental por sua infraestrutura portuária, os habitantes confirmam com horror ou resignação que se adaptaram à guerra.

"Pouco tempo atrás, houve uma explosão perto de mim. É assustador, mas o que é realmente terrível é que você acaba se acostumando", afirmou Eva Gudzon, fotógrafa e cantora de 35 anos.

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