JR ENTREVISTA: presidente da Anfavea explica como o Brasil evitou paralisação por falta de chips
Igor Calvet detalha articulação com China e governo brasileiro para garantir fornecimento de semicondutores
JR Entrevista|Do R7, em Brasília
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O convidado do JR ENTREVISTA desta quarta-feira (5) é o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Igor Calvet.
Ao jornalista Yuri Achcar, ele fala sobre os desafios e as perspectivas da indústria automobilística brasileira, abordando temas que vão da crise global de semicondutores à transição para veículos eletrificados e à sustentabilidade ambiental do setor.
Calvet explicou o impacto da crise global de semicondutores — os chips usados em praticamente todos os sistemas eletrônicos de um carro moderno. Segundo ele, um veículo pode conter entre 1.000 e 3.000 semicondutores, e a falta de apenas um componente pode paralisar toda a linha de produção.
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A situação, disse Calvet, não é de mercado, como ocorreu na pandemia, mas de natureza geopolítica, envolvendo China, Estados Unidos e Europa.
A Anfavea atuou junto ao governo brasileiro, especialmente com o vice-presidente Geraldo Alckmin, e ao governo chinês, para viabilizar licenças especiais que garantam o fornecimento de chips ao país.
“Nós pedimos ao governo brasileiro que abrisse um canal de diálogo com o governo chinês. Ao mesmo tempo, a Anfavea, que representa todas as montadoras instaladas aqui no Brasil, também abriu esse canal de contato com o governo chinês. E hoje nós podemos dizer que fomos, sim, bem-sucedidos, porque o governo chinês analisará individualmente cada um dos casos e poderá conceder licenças especiais para as empresas puderem importar esses chips aqui para o Brasil”, comentou.
Questionado sobre o aumento dos preços dos veículos 0 km, Calvet destacou que o encarecimento não se deve apenas à inflação, mas a uma soma de fatores estruturais.
A mudança no perfil do consumidor, que passou a preferir SUVs — mais caros e complexos —, o custo das novas exigências de segurança e emissões e o alto peso dos impostos, que representam entre 40% e 45% do valor final, explicam a escalada. Ainda assim, o mercado se mantém aquecido, com crescimento projetado acima de 5% em 2025.
Sobre a reforma tributária, o presidente da Anfavea expressou preocupação com a falta de previsibilidade. Embora elogie a simplificação do sistema, Calvet alertou para os riscos do imposto seletivo sobre veículos e da indefinição da alíquota do novo tributo (IBS/CBS), estimada entre 26,5% e 28,5%.
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