JR ENTREVISTA: 'A gente precisa olhar o passado e reestabelecer a verdade', diz Macaé Evaristo
Ministra dos Direitos Humanos aproveitou a entrevista para celebrar decisão do CNJ sobre certidões de óbito de pessoas que morreram na ditadura
JR Entrevista|Do R7
A convidada do JR Entrevista desta quarta-feira (11) é a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo. À jornalista Tainá Farfan, Macaé Evaristo falou sobre os três primeiros meses a frente da pasta, as denúncias de assédio contra o seu antecessor, o pacote de corte de gastos do governo federal e os programas desenvolvidos e apoiados pelo ministério.
Na semana que se celebra o Dia Internacional dos Direitos Humanos, a ministra aproveitou para celebrar a aprovação pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) de uma resolução que estabelece o dever dos cartórios de reconhecer e retificar a morte das vítimas da ditadura militar reconhecidos pela Comissão Nacional da Verdade como provocadas pelo Estado. . “Isso é muito importante do ponto de vista da memória. Infelizmente, no nosso país muitos processos históricos que foram levados de muita violência, que provocaram muitas mortes, eles não foram suficientemente esclarecidos. E Estado brasileiro como não faz essa tarefa, muitas vezes, deixa uma lacuna e essa lacuna ela é muito grave, porque as pessoas pensam que viver em modos autoritários pode trazer algum tipo de benefício. E situações de autoritarismo não beneficiam ninguém”, afirma.
A ministra ainda comentou as mudanças propostas pelo governo federal para concessão do BPC (Benefício de Prestação Continuada). Macaé disse não concordar com o projeto como ele está, mas que ele foi encaminhado ao Congresso exatamente para poder ser “aprimorado e melhorado”. “Não é que nós somos contrários ao pente fino, é porque eu acho que, primeiro, não é uma boa palavra, e eu acho que a gente precisa falar de monitoramento, avaliação, de formação daquelas pessoas e dos profissionais que fazem avaliação. O que a gente defende é que o Brasil possa avançar cada vez mais para uma avaliação biopsicossocial, mas é um processo que está em construção”, explica.
Macaé Evaristo também comentou as denúncias de assédio contra Silvio Almeida, seu antecessor na pasta. Segundo a ministra, após o caso foram reforçados os mecanismos de denúncia dentro do ministério. “O assédio, ele nada mais é, do que fruto de um sistema machista, que tá presente na sociedade brasileira”, destacou. “No que diz respeito à apuração de denúncias, então nós tivemos uma ação de fortalecimento da ouvidoria do Ministério dos Direitos Humanos”, completou.
O programa também está disponível na Record News, no R7, nas redes sociais e no PlayPlus.
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