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JR Entrevista|JR ENTREVISTA: 'Há gente que não sabe que está negando a história', diz sobrevivente do Holocausto
JR 24H

JR ENTREVISTA: 'Há gente que não sabe que está negando a história', diz sobrevivente do Holocausto

Ariella Pardo Segre é uma das 245 mil pessoas que escaparam do nazismo. Italiana, ela se refugiou na Suíça durante a guerra

JR Entrevista|Do R7

A convidada do JR ENTREVISTA desta quarta-feira (29) é a sobrevivente do Holocausto Ariella Pardo Segre. À jornalista Lívia Veiga, Ariella relembrou como fugiu da Itália nazista e se refugiou na Suíça com sua família durante a Segunda Guerra Mundial. Nesta semana, foi celebrado os 80 anos da liberação de Auschwitz, na Polônia, o maior campo de concentração nazista. Na época, Ariella tinha apenas três anos, mas os horrores da guerra marcaram sua memória pelo resto da vida.

Hoje, ela diz que quem nega que o Holocausto tenha realmente acontecido são “pessoas que não conhecem, que não estudaram e que não sabem história”. Segundo ela, “há gente que não sabe que está negando a história”. Ela comparou esses casos a acreditar que a terra é quadrada.

De família judia, quando os pais dela perceberam que não era mais seguro ficar na Itália, eles resolveram começar uma peregrinação para se refugiar. No caminho, enfrentaram longas caminhadas, neve e medo. Ela relembra que em um momento sua mãe escorregou na neve e todo mundo achou que ela tivesse morrido. “Eu gritava, porque o meu ponto de referência, única referência, era olhar a minha mãe, não vi a minha mãe e comecei a gritar. E o rapaz me deitou na neve, me falou: "Fica quieta". Uma pessoa um pouquinho mais agitada, me tampou a boca e me sufocou. Outra pessoa me fez a respiração boca a boca para eu voltar a respirar”, relembra.

Ao atravessar a fronteira, no entanto, ela diz que tudo melhorou. Na Suíça, ela diz que finalmente foram tratados como “humanos” e foram acolhidos, dentro do possível. “Eu nem sabia o que era refugiado”, destaca. “Na Suíça nós tivemos vida. Da melhor maneira que a Suíça podia oferecer”, afirma.

Ao fim da guerra, ela finalmente pode voltar para a Itália. “Nós subimos no caminhão e fomos levados de volta, vendo uma visão como aquela que a gente vê na televisão de Gaza, que não é uma novidade para mim”, destaca. Ao voltar, ela relembra que a casa da família e todos os bens tinham sido roubados. Inclusive, um manuscrito de seu pai que estava em um cofre no banco. “Ele não pode publicar porque os judeus não podiam publicar livros. O meu pai era filósofo e tinha outros livros. Os livros dele que estavam em livrarias foram queimados. E não deixavam publicar mais nada. Os cofres dos judeus foram abertos e foi roubado tudo. E então, dos judeus roubaram tudo, até as ideias”, relembra.

O programa também está disponível na Record News, no R7, nas redes sociais e no PlayPlus.

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