Aglomeração em bares de BH preocupa comitê
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O infectologista Estevão Urbano, membro do comitê de enfrentamento à covid-19 em Belo Horizonte, classificou a situação da pandemia na capital como “preocupante”.
Nos últimos dias, a taxa de transmissão do novo coronavírus em BH passou de 0,99 para 1,10, chegando a um pico de 1,13. O médico afirmou que essa alta, observada não só aqui como em todo o Brasil e em outros países, é vista com preocupação pela equipe do comitê, que acredita que a população tenha abandonado algumas medidas de segurança.
— Os números tinham caído há alguns meses e as pessoas tiveram essa falsa sensação de que a pandemia acabou, então as medidas enfraqueceram. Mas o vírus continua circulando, sempre à espreita.
Veja: Aumento na transmissão da covid ainda não ameaça comércio em BH
O infectologista acredita que os feriados prolongados de outubro e novembro foram decisivos para esse aumento. Urbano acredita que a população tenha usado esses dias de folga como um “escape” de todas as restrições impostas pela pandemia da covid-19. Essa atitude pode, segundo ele, ser bastante prejudicial em um futuro próximo.
— As pessoas saíram de casa, viajaram, se aglomeraram. Estavam cansadas e queriam respirar. Paradoxalmente, elas podem acabar perdendo a respiração.
Flexibilizações e restrições
De acordo com o infectologista Estevão Urbano, o comitê de enfrentamento à covid-19 não tem um parâmetro fixo que define quando as atividades comerciais serão ampliadas ou restringidas, e a situação precisa ser analisada constantemente. Urbano afirma que, no momento, a Prefeitura de BH não planeja medidas de restrição do comércio, e que as principais metas atualmente são focadas em conscientizar e fiscalizar.
— Nós estamos tomando medidas preventivas. A primeira, é alertar a população, fazer com que ela volte a seguir os protocolos. A segunda, é aumentar a fiscalização, fazer com que os estabelecimentos sigam os decretos. Não dá para ficar vendo bar lotado, boate lotada.
Novas restrições podem ser impostas ao comércio de BH
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Caso essas medidas não surtam efeito, Urbano deixa claro que não outra alternativa que não seja restrições às atividades comerciais. O infectologista afirma que o controle da taxa de transmissão é imprescindível para que a situação nos hospitais da capital permaneça controlada.
— O aumento da transmissão hoje reflete em um aumento na ocupação dos leitos em 10, 15 dias. Se a taxa permanecer alta, se os hospitais ficarem saturados, não há saída.
Vacina
Para o médico infectologista Estevão Urbano, a vacina é a principal esperança para que a pandemia da covid-19 finalmente termine ou, pelo menos, seja melhor controlada. Para ele, o planejamento para a imunização precisa vir de instâncias superiores, mas Urbano não descarta uma ação independente da prefeitura, apesar de não ser o ideal.
— É preciso que o Governo Federal ou o Governo de Minas faça o planejamento, coordene a imunização, assim como é feito com a febre amarela, hepatite e outras doenças. Se nenhum superior fizer nada, teremos que nos mobilizar.
Covid-19 em BH
Nas últimas 24 horas, Belo Horizonte confirmou 10 óbitos e 308 testes positivos para o novo coronavírus. Com isso, a capital mineira soma 1.590 mortes e 51.802 casos da covid-19, além de 47.826 curados e 2.386 pacientes em acompanhamento.
Desde o último boletim, a taxa de transmissão passou de 1,12 para 1,10, permanecendo na “fase de alerta”. A ocupação dos leitos de terapia intensiva está em 33,7%, enquanto 33,1% dos leitos comuns estão preenchidos.
*Estagiário do R7 sob a supervisão de Flavia Martins y Miguel.